O Estado de Mato Grosso, que atualmente é o 10º colocado no ranking dos maiores produtores de leite do país, com cerca de dois milhões de litros por dia, tem potencial para ampliar muito sua produção e se tornar um dos Estados com forte pecuária leiteira. Mas vai ter que se profissionalizar.
O alerta foi dado pela pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Agrossilvipastotil, em Sinop, Roberta Aparecida Carnevalli, durante entrevista ao Olhar Direto. Conforme a especialista em sistemas de produção de leite e manejo de pastagens, para o Estado aproveitar todo o seu potencial, é necessário que o produtor se profissionalize.
“É necessário que o produtor busque qualificação, se profissionalize, faça uma melhor gestão de sua propriedade, principalmente o pequeno agricultor, que é a maioria da cadeia produtiva do Estado”, comentou, frisando que muitos ainda resistem à mudança de algumas práticas de manejo e implementação de ações básicas para fomentar a própria atividade.
A pesquisadora também lembrou que o Estado precisa incentivar com melhoria na logística, manutenção de estradas e até instalação de energia elétrica em pequenas propriedades – necessária para manter o leite resfriado.
“Mas o crescimento da atividade em Mato Grosso também passa por instalação de indústrias para processar o leite. No momento em que as indústrias perceberem que a cadeia produtiva está organizada e capacitada, vai ter atratividade para se instalar no Estado”.
A entrevista foi concedida nesta terça-feira (19), na Embrapa Agrossilvipastoril, durante o sexto módulo de Capacitação Continuada de Técnicos da Cadeia Produtiva do Leite. O curso é destinado a agentes da assistência técnica e extensão rural de todo Mato Grosso que já vêm participando dos demais módulos.
De acordo com o diagnóstico da cadeia produtiva do leite no Estado, encomendado em 2011 pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a produção anual em 2010 foi de 707.1 milhões de litros, respondendo por 2,3% do volume nacional.
Os outros nove maiores produtores são Minas Gerais, com 8,2 bilhões de litros/ano; Rio Grande do Sul, 3,6 bi/ano; Paraná, 3,6 bi/ano; Goiás, 3,1 bi/ano; Santa Catarina, 2,4 bi/ano; São Paulo, 1,5 bi/ano; Bahia, 1,3 bi/ano; Pernambuco, 861 milhões de litros por ano e, Rondônia, 772 milhões.
Fonte: De Sinop - Alexandre Alves