Pecuaristas da região sul do estado ainda continuam preocupados com os ataques da mosca-de-estábulo em suas propriedades e temem a perca da produtividade. No mês passado, foi realizada uma reunião no Sindicato Rural de Nova Alvorada do Sul com representantes da Usina Agro Energia Santa Luzia, que seria o foco do problema por causa dos resíduos vegetais na produção de açúcar e de etanol.
Segundo o produtor rural Milton Barbosa Bueno, a infestação está acabando com a produção leiteira. “Já morreram muitos animais. Antes a produção em minha propriedade era de 600 litros, agora está no patamar de 275”, argumenta. Milton diz ainda que se continuar nesse ritmo, terá que demitir funcionários. “O coeficiente aceitável é de 400 litros, abaixo disso se torna desvantagem para mim”, lamenta.
Apesar da infestação e constantes ataques aos animais, os produtores afirmam que, após a reunião, já houve melhora. “Eles [usina] tamparam algumas lagoas [de resíduos], mas as moscas ainda continuam atacando os animais”, diz Milton.
A explicação para isso, segundo o Gerente de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Usina Santa Luzia, Valmir Viana, é que houve um período de chuvas em junho, somado à temperaturas ideais - entre 15 e 30 graus, propiciando a proliferação do inseto. “Essa mosca que continua atacando os animais está na fase adulta, já que essa espécie tem expectativa de vida de 30 dias”, afirma Valmir.
O gerente argumenta ainda que as equipes da Usina já identificaram os pontos em que a absorção do solo não conteve a vinhaça despejada e garante que as 'lagoas' de resíduos foram eliminadas, mas que este trabalho depende também dos produtores. “É preciso um trabalho de eliminação e organização da matéria orgânica do gado, que também é propícia para a procriação da mosca”, explica.
Com o tempo seco, trabalho em conjunto entre usina e produtores, os ataques da mosca tendem a diminuir, mas de acordo com Valmir, é necessário continuar com as medidas de precaução em todos os períodos do ano, pois a mosca já se adaptou ao clima da região e é preciso manter o controle para evitar prejuízos à produção pecuária.
Fonte: Correio do Estado