Os produtores rurais certamente
estão comemorando a chegada
das chuvas em Mato Grosso,
isso porque significa pasto verde e plantio
das lavouras de soja a todo vapor. Por outro
lado, os pecuaristas têm que estar atentos à
mosca-dos-chifres. Inseto que apesar ter ter
proporções infinitamente minúsculas perto de
um boi, já que tem a metade do tamanho de uma
mosca doméstica, pode causar grandes prejuízos
e afetar o bem-estar dos bovinos. Tanto,
que para se ter idéia no Brasil partir do início do
período chuvoso aumentam os problemas com
infestação dos bovinos por mosca-dos-chifres, a
ponto de causar um prejuízo de até R$ 1,3 bilhão
por ano.
De acordo um estudo desenvolvido pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária do
Estado de Rondônia (Embrapa), o tratamento para
combater o inseto deve ser feito na primeira
quinzena de outubro e na última quinzena de
março. O objetivo é manter a população
controlada durante essa época, que é a mais crítica
em relação a infestação pela mosca dos chifres.
Assim que começa o período da seca,
a infestação cai naturalmente, pois como as
moscas se desenvolvem no bolo fecal do animal,
na época da seca ele desseca mais rápido nas
pastagens, o que atrapalha suas condições de
desenvolvimento.
A pesquisadora da Embrapa Rondônia, Luciana
Gatto Brito, explica que a infestação está
presente durante todo o ano, mas é intensificada
no período das chuvas. Sendo que em duas
semanas a mosca completa o estágio de desenvolvimento
que vai da fase larval, passando pela
pupa, até a emergência dos insetos adultos.
Uma particularidade é que durante a ocorrência
de chuvas intensas e diárias, também ocorre um
controle natural das moscas. Já que a água da
chuva quebra o bolo fecal e isso faz com que a
luz penetre nele atrapalhando o desenvolvimento
das larvas, além de ocorrer um encharcamento
excessivo do bolo fecal, que também é prejudicial
ao desenvolvimento das larvas.
O pecuarista Paulo Moura, proprietário da fazenda Promissão,
em Poconé, região do Pantanal
Mato-grossense, diz que em função da umidade do local e da grande quantidadede água em alguns períodos
do ano, faz um trabalho profilático
durante o ano inteiro objetivando a
prevenção. Segundo ele, ao fazer o
controle permanente para evitar
que a mosca chegue na idade adulta
são evitados muitos problemas e
também é economicamente mais
viável. “Se todos os pecuaristas fizessem
este trabalho, com um manejo
adequando inclusive das pastagens,
já que as fêmeas depositam seus ovos nas
folhas dos capins quando estão altos, certamente
teríamos uma incidência bem nenor das moscas-
do-chifres”, avalia.
Além dos tratamentos estratégicos - no começo
de outubro e no fim de março - através de
banhos de pulverização com os medicamentos
ou aplicação de inseticidas por on no dorso dos
animais, outra medida que auxilia no controle da
mosca-dos-chifres é a manutenção, nas pastagens,
de um ambiente favorável ao desenvolvimento
do besouro conhecido como “rola-bosta”.
Segunda a pesquisadora da Embrapa Rondônia,
esse inseto quebra o bolo fecal propiciando a entrada
de luz nele, o que atrapalha o desenvolvimento
das larvas, pois as bactérias que servem
de alimento para elas são destruídas.
Fonte: Wisley Tomaz - Da Redação Gazeta