Animais confinados em Mato Grosso totaliza 798,41 mil cabeças conforme o 2º levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), número 34,7% superior ao que foi apresentado em julho de 2010. Volume também é superior ao que foi apurado pelo 1º levantamento, que mostrava que 770,266 mil animais seriam confinados este ano. Expansão refere-se às informações repassadas pela maioria dos confinadores do Estado, porém parte destes animais ainda não está confinado e por isso o resultado final pode se alterar, uma vez que a pesquisa revela a intenção dos pecuaristas.
Entre as regiões avaliadas, a Médio-Norte e Norte são as que terão maior número de animais confinados neste período e são também as que apresentaram maior crescimento. Juntas, as regiões deverão abater 351,77 mil bois oriundos dos confinamentos. Este volume é cerca de 60% superior ao que foi registrado um ano antes. Motivos para o crescimento está na valorização da arroba do boi e na profissionalização do sistema de produção.
Segundo o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, esta evolução é boa, mas tem espaço para crescer ainda mais, uma vez que Mato Grosso possui o maior rebanho do país. Outro fator que contribuiu para a elevação no produção foi a adoção da prática também por parte dos frigoríficos, que passam a fazer o procedimento e assim garantir o abastecimento da demanda mesmo em períodos de entressafra, quando a seca prejudica a pastagem.
Marco Túlio Duarte de Souza é produtor e empresário em Rondonópolis (a 212 km da Capital) e utiliza o confinamento para abastecer os clientes europeus, uma vez que sua produção possui o credenciamento para exportar. "Apesar de ser dono de um frigorífico também, envio os animais para o mercado externo porque é mais lucrativo e os que vou abater na indústria compro de outros produtores".
Este ano Marco Túlio pretende confinar 6 mil cabeças, sendo 3,5 mil nesta etapa, que começa a abater em agosto. A intenção é de que a arroba atinja o preço de R$ 93,5, o que torna o investimento rentável. O pico do abate dos rebanhos confinados é em outubro, quando o gado deverá ocupar 25% da capacidade industrial instalada. Em dezembro esta participação deverá ser de 9%.
Daniel Latorraca, gestor do Imea, explica que neste período os produtores precisam, inclusive, se preparar para o abate juntamente com o frigorífico para não correr o risco de ter que esperar escala, ou seja, não ter vaga para sua produção na indústria. "Atraso na hora do abate significa prejuízo, visto que os custos são calculados para aquele intervalo de tempo e cada dia a mais representa mais gastos".
Comercialização - Do total a ser vendido no mercado, cerca de 15% estão comercializados por meio de venda futura. Percentual é menor do que o ano passado porque os pecuaristas que fizeram acordos antecipados perderam dinheiro depois da valorização da arroba.