Uma modalidade de julgamento desenvolvida pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) vem conquistando cada vez mais os pecuaristas em Mato Grosso. O chamado julgamento a campo, que além de ranquear os animais na Associação dos Criadores de Nelores do Brasil, vem trazendo muitos benefícios da porteira para dentro.
O cenário até parece o de um leilão e as únicas diferenças são que, ao invés de um leiloeiro e pisteiros disputarem os lances, há um juiz credenciado da ABCZ acompanhando de perto cada detalhe, de acordo com os critérios exigidos pela modalidade. “Com o gado solto, você tem que observar bem, pois muitas vezes eles estão sozinhos e em outras em grupo, onde temos que tomar cuidado, pois é como apartar na fazenda. Nós pontuamos animal por animal”, falou o juíz da ABCZ Célio Arantes Heim.
Apesar da novidade, a modalidade possui uma grande credibilidade dentro do setor. A Associação dos Criadores de Mato Grosso é um exemplo disso, onde a prova já caiu nas graças dos pecuaristas que encontraram nesse tipo de evento duas vantagens: a valorização no rebanho dentro da porteira e economia para o bolso.
“Estamos fomentando uma forma de criar gado que nos traga economia, já que a alimentação pesa bastante no custo final de todo o produto. Sendo assim, é preciso produzir animais com boa eficiência alimentar e rusticidade. Conseguindo isso, os ganhos serão enormes, pois a realidade da pastagem brasileira mostra que precisamos buscar cada vez mais animais rústico para aguentar no campo”, disse o pecuarista Sebastião Chaves.
“Temos vários criadores investindo em genética querendo uma referência do seu trabalho perante ao trabalho dos demais. Esse julgamento vem dizer o quanto o projeto de cada um está certo ou se precisa melhorar. Neste sentido, o técnico da ABCZ é a pessoa mais preparada para dizer qual o modelo da carcaça ideal para o campo”, disse o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio Duarte Soares.
Agora, o desafio é aprimorar ainda mais o regulamento na modalidade, que foi oficializado recentemente. “Vamos nos acostumar com a modalidade e o regulamento, que já é muito bom, vai sofrer uma evolução. Vamos experimentar, para depois sugerir algumas mudanças”, contou Heim.