O mercado físico do boi gordo segue em ritmo de alta, dentro do esperado para o período do ano, com o pecuarista ganhando cada vez mais força nas negociações com a indústria, à medida que a oferta não tem sido suficiente para manter as escalas de abate em níveis minimamente confortáveis.
Infelizmente essa realidade ainda não tem sido refletida pelo Indicador Esalq à vista, que insiste em se manter surpreendentemente abaixo do patamar de R$140,00/@ livre, à vista em São Paulo, patamar esse que não reflete nem mesmo as ofertas de balcão no estado, que estão acima desse valor. Essa situação tende a ser momentânea e deve se corrigir ao longo do tempo, mas evidência o risco enorme para quem vende boi a termo sem preço fixo, ou seja, indexado no Índice Cepea mais alguma premiação, corre nessas situações.
Talvez a maior evidencia da firmeza do mercado atual esteja justamente no estreitamento dos diferenciais de base, que passaram de níveis mais abertos do que o histórico para níveis mais fechados que o histórico em pouco mais de uma semana. A região do Triângulo Mineiro, por exemplo, estava há 30 dias em 6,5% abaixo de São Paulo e está hoje está apenas 1,5% abaixo. As praças de Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia tiveram comportamento semelhante.
O estreitamento do diferencial de base é uma ótima notícia para os pecuaristas de fora de São Paulo e caso essa situação persista para o restante da entressafra, como sugere o histórico, será um fator muito positivo para quem utiliza a B3 para o hedge de sua produção.
No mercado futuro a paradeira persiste e apesar do contrato de out/18 estar querendo romper a barreira dos R$151,00/@, o grande ágio embutido nas cotações futuras frente ao mercado físico ainda impede maiores valorizações. Essa situação pode mudar de acordo com o tamanho da alta nas cotações no curto prazo, mas a ideia central do artigo da semana passada permanece, ou seja, é sempre prudente aproveitar boas oportunidades de proteção quando elas aparecem.