65 3054 5323 Av. Ten. Coronel Duarte, 1585
Dom Aquino - Cuiabá / MT

Gado Facil

Notícias
Pecuaristas não apoiam Proposta de Lei do Pantanal

O Pantanal, maior planície alagada do mundo e bioma mais preservado do Brasil, conta com 270 anos de colonização, e a preocupação de quem dele depende, como o homem do campo, é tamanha, que 83% da vegetação do bioma permanecem protegidos. E são dados como este que comprovam que o Projeto de Lei 9950/18, conhecido como Lei de Pantanal, precisa de aprimoramentos. Para tanto, foi realizada audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta terça (20).

A diretora executiva da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), médica veterinária Daniella Bueno, participou da audiência solicitada pela deputada federal Bia Cavassa (PSDB-MS) para debater o PL, de autoria do deputado federal Alessandro Molon (PSDB-RJ). “O projeto de lei é composto por 22 artigos onde são estabelecidas diversas definições, como as condições para a devida proteção e utilização do bioma; as atividades a serem estimuladas e as atividades proibidas; atividades sujeitas ao licenciamento ambiental; dentre outros”, informa Daniella Bueno.

De acordo com a representante da Acrimat, o posicionamento da associação é de não apoiar o andamento do projeto por diversos motivos. “O PL considera que a delimitação do bioma Pantanal seja remetida à região da bacia hidrográfica do Rio Paraguai, ampliando o número de municípios não inseridos na delimitação do Pantanal de 11 para 53; assim, cidades produtoras ou potencialmente produtoras, como Rondonópolis e Tangará da Serra estariam passíveis de diversas restrições de uso e ocupação do solo”, explica.

Enquanto o bioma Pantanal abrange cerca de 6 milhões de hectares, a região hidrográfica do Paraguai compreende parte de 53 municípios, correspondendo a aproximadamente 20 milhões de hectares, incluindo importantes municípios produtores de gado e agrícola.

Além disso, a ‘Lei do Pantanal’ alteraria o Código Florestal, aumentando a área de Reserva Legal para 50% nas propriedades dentro do bioma Pantanal (Art. 21). “Tal dispositivo gera insegurança jurídica e falta de garantia da continuidade das atividades econômicas já implantadas e/ou consolidadas no bioma e que são grandes responsáveis pela preservação existente”, acrescenta a médica veterinária.

Bueno enumera ainda questões como a previsão de metas de criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral fora da realidade do bioma, com 17% de unidades de proteção integral em cinco anos. Atualmente, 4,6% do Pantanal encontram-se protegidos por unidades de conservação, dos quais, apenas 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável, e mesmo assim, mais de 83% do bioma continua intacto.

“O projeto de lei, se aprovado, vai estimular atividades sem considerar a realidade do bioma Pantanal. Pela proposição apenas as atividades descritas no PL deverão ser incentivadas, como gestão sustentável dos recursos pesqueiros e piscicultura apenas com espécies nativas; pecuária com pastagem nativa; agricultura orgânica e redução do uso de pesticidas”, assevera a diretora executiva da Acrimat.

Consenso

De forma geral, os agropecuaristas também criticaram pontos do projeto de lei que ampliam as unidades de conservação e a área de reserva legal no bioma. Segundo o texto, a área de vegetação nativa preservada dentro das propriedades rurais deverá subir dos atuais 20% para 50%. Organizadora do debate na Comissão de Meio Ambiente, a deputada Bia Cavassa (PSDB-MS) questionou: “que impacto o projeto traria para a criação do gado mais orgânico do país? E gado criado solto, sem o estresse do confinamento, se alimentando de pasto nativo e gerando emprego e renda a milhares de famílias que sabem aplicar a palavra desenvolvimento sustentável todos os dias de suas vidas”.

Segundo Cavassa, a proposta deve levar em conta estudos técnicos da Embrapa Pantanal. Já o relator do projeto de Lei do Pantanal, deputado Nilto Tatto (PT-SP), criticou a ausência de debatedores ligados ao meio ambiente. Tatto lembrou ainda que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) conseguiu alterar a tramitação da proposta na Câmara para que a Comissão de Agricultura também analisasse o mérito do texto. Tatto defendeu equilíbrio nessa discussão.

O presidente do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Ricardo Eboli, classificou de “desrespeito à soberania” do país a proposta de que a proteção e a utilização do Pantanal sigam algumas convenções internacionais (como as de Aichi e de Ramsar). Para Eboli, o texto tem foco apenas no meio ambiente e desconsidera os aspectos social e econômico do desenvolvimento sustentável.

“As apresentações todas convergiram para demonstrar aos parlamentares que o projeto de Lei do Pantanal não atende ao tripé de sustentabilidade: social, econômico e ambiental”, finalizou Daniella Bueno.

O projeto tramita em caráter conclusivo. Além das Comissões de Meio Ambiente e de Agricultura, a proposta também será apreciada nas Comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça.

Participaram da audiência Lucélia Avi, da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato); representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Embrapa Pantanal e Governo de Mato Grosso.

Com informações Agência Câmara

Notícias
Reino Unido anuncia o fim dos controles reforçados às exportações de carnes brasileiras O Reino Unido é um importante destino das carnes exportadas pelo Brasil
Abate de fêmeas no MT atinge maior patamar da história em maio/23, informa o Imea O início da entressafra do capim, somado a fase de baixa do ciclo pecuário, resultou no maior abate mensal (maio/23) de fêmeas na história do Mato Grosso, informa o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuaria (Imea), com base nos dado do Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (Indea-MT). Ao todo, foram enviadas 290.617 fêmeas aos
Preços estáveis no mercado do boi gordo em São Paulo Os preços permaneceram estáveis nas praças pecuárias paulistas na comparação feita dia a dia. Os pecuaristas, que têm a possibilidade, seguram o gado a espera de melhores ofertas de compra. Por parte das indústrias, alguns frigoríficos têm optado por escalas de abate atendendo apenas uma semana. Alagoas Houve queda de R$2,00/@ de boi, R$8,00/
Mercado do boi gordo estável em São Paulo Com a elevada oferta de bovinos no mercado, as indústrias frigoríficas estão com as escalas de abates confortáveis. As ofertas de compra por parte de compradores ativos estão estáveis. Acre Devido à alta oferta de bovinos para abate, a cotação do boi caiu R$2,00/@ na comparação feita dia a dia. Para a vaca e novilha, preços estáveis. Reg
Em São Paulo, poucos negócios e preços em queda Nesta segunda-feira (22/5), o volume de compras está baixo. A escala de abate não mudou nesta manhã, o que, teoricamente, indica o baixo volume de negócios. Porém, a indústria frigorífica abriu a semana com ofertas de compra em queda livre. As ofertas de compra caíram R$10,00/@ de boi e de novilha, mas cabe aguardar para ver se esses preços pe
Pecuária 2023 terá confinamento estável, leite bem, mas recuperação total só em 2024 - 2025! “O ano típico na Agropecuária é sempre um ano atípico. Não há moleza”. A expressão bem humorada do agrônomo e comandante da Scot Consultoria, Alcides Torres, o ‘Scot’, resume bem o ano desafiador enfrentado pela carne bovina brasileira. Depois de cinco meses, o mercado nacional e internacional aponta dados complexos. O pecuarista brasileiro precisa
Exportações do agronegócio atingem novo recorde em 2023 no Estado O valor exportado pelo agronegócio mato-grossense alcançou o recorde de US$ 7,60 bilhões, no primeiro trimestre, registrando participação de 21,14% no total nacional, que no período somou US$ 16 bilhões. Ainda conforme dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o faturamento registra
Segunda-feira de poucos negócios nas praças paulistas A semana abriu com estabilidade nos preços no mercado do boi. Com as escalas de abate confortáveis, alguns frigoríficos permaneceram fora das compras. Região Norte de Tocantins Com uma maior oferta de gado, o preço do boi caiu R$3,00/@, as cotações da vaca e novilha permaneceram estáveis em comparação ao último levantamento (14/4). Merca
Cotação do boi gordo subiu em São Paulo Após o comunicado da retomada da exportação para a China, nas praças paulistas, os preços para o boi e para a novilha subiram R$3,00 e R$1,00 por arroba, respectivamente. Para vaca, os preços permaneceram estáveis. Região de Pelotas - Rio Grande do Sul Sem alterações na oferta e na demanda local e sem influência da retomada da exportação para
Brasil poderá exportar carne bovina para o México A carne bovina produzida no Brasil pode ser comercializada para o México a partir desta semana. O país já abre o mercado para o produto brasileiro com a habilitação de 34 plantas frigoríficas. “É um momento histórico para as relações comerciais brasileiras, especialmente para a carne bovina. O Brasil mostra a potência e a grandiosidade da sua
agência dream