65 3054 5323 Av. Ten. Coronel Duarte, 1585
Dom Aquino - Cuiabá / MT

Gado Facil

Notícias
10 Fatos que o pecuarista precisa conhecer sobre a qualidade da água

A qualidade da água é um fator decisivo na pecuária, com impactos diretos na saúde dos animais, na produtividade e na eficiência da fazenda.


No contexto das visitas realizadas durante a terceira rota do Confina Brasil, a equipe de campo da pesquisa-expedicionária teve a oportunidade de observar como uma das fazendas, a Manah, do Grupo Bocchi, em Santana do Araguaia-PA, lida com essa questão.


Neste material, abordaremos 10 fatos que todo pecuarista experiente deve conhecer sobre a qualidade da água e como essa propriedade implementa boas práticas para garantir o bem-estar e a produtividade do rebanho.


1. A água como nutriente principal


A água representa cerca de 70% do corpo dos animais e desempenha um papel crucial na regulação de temperatura, na digestão e no transporte de nutrientes e resíduos metabólicos.


Além da quantidade, a qualidade da água é essencial. Fatores como sabor, odor, temperatura e a presença de substâncias dissolvidas influenciam diretamente o consumo voluntário de água pelos animais, impactando seu desempenho e saúde.


2. Relação entre qualidade da água e saúde animal: os riscos invisíveis dos contaminantes


Água contaminada com patógenos como E. coli, Salmonella e parasitas pode causar surtos de doenças, desde infecções gastrointestinais até problemas renais.


A presença de metais pesados (como chumbo e mercúrio) e resíduos de defensivos agropecuários também representa um risco significativo, podendo levar a intoxicações crônicas que reduzem a imunidade e a capacidade de reprodução dos animais.


3. Efeito na produção de carne


O consumo adequado de água de alta qualidade é essencial para a manutenção do equilíbrio hídrico, o que influencia diretamente a ingestão de alimentos.


Quando a água está contaminada ou tem um sabor desagradável, os animais tendem a reduzir o consumo, o que diminui a ingestão de alimentos e, por consequência, a produção de leite e carne. Estudos mostram que a redução no consumo de água pode levar a uma diminuição de até 10% na produção de leite (Embrapa, 2023). Em contrapartida, no gado de corte, o ganho médio diário (GMD) de peso dos animais com acesso a bebedouros artificiais foi 29% superior ao daqueles com acesso apenas a açudes naturais (Bica et al., 2006).

4. Risco de contaminação cruzada


Em sistemas de produção intensiva, onde o confinamento é utilizado, a água pode ser um vetor importante de doenças, facilitando a disseminação de patógenos como a Leptospira e a Brucella.


O risco aumenta quando a água não é tratada ou quando há falhas no manejo hídrico, como a reutilização de água sem tratamento adequado.


5. Importância do monitoramento contínuo


Para assegurar a qualidade da água, é fundamental realizar testes regulares que avaliem parâmetros como pH, níveis de cloro residual, condutividade elétrica, presença de coliformes totais e fecais e a quantidade de sólidos dissolvidos.


A Embrapa recomenda que esses testes sejam feitos pelo menos uma vez por trimestre, ajustando as práticas de manejo conforme necessário para evitar contaminações e garantir a saúde do rebanho.


6. Impacto do pH na digestão e saúde animal: como o pH afeta o metabolismo e a saúde dos ruminantes


O pH ideal da água para consumo animal deve estar entre 6,0 e 8,5. Um pH fora desse intervalo pode prejudicar a digestão e a absorção de nutrientes, levando a distúrbios metabólicos como acidose ruminal, especialmente em ruminantes.


Água muito ácida ou alcalina pode reduzir a eficiência da conversão alimentar e, em casos extremos, causar danos à mucosa gástrica dos animais.


7. Consequências econômicas da má qualidade da água: custos diretos e indiretos


A baixa qualidade da água pode aumentar os custos com tratamentos veterinários, reduzir a eficiência alimentar e diminuir a produtividade. Além disso, doenças causadas por água contaminada podem levar à mortalidade no rebanho e a perdas significativas na receita da fazenda. Investir na qualidade da água não só previne essas perdas como também melhora a rentabilidade, ao otimizar a produção e reduzir custos com medicamentos e tratamentos.

8. Necessidade de sistemas de filtragem e tratamento


Em muitas regiões, a água disponível pode trazer contaminantes que exigem filtragem antes da utilização na pecuária.


Sistemas de filtragem com carvão ativado, filtros de areia e desinfecção com cloro ou ozônio são comumente usados para remover partículas sólidas, agentes patogênicos, e melhorar a qualidade da água.


Além disso, a instalação de sistemas de osmose reversa pode ser necessária em áreas com alto teor de salinidade.


9. Conexão com o bem-estar animal


O acesso constante à água de qualidade é fundamental para o bem-estar e a produtividade dos animais.


Além da qualidade, que envolve aspectos físico-químicos como o pH, a salinidade, e os níveis de sólidos totais dissolvidos (STD), a disponibilidade e a distribuição adequadas da água garantem que todos os animais tenham acesso suficiente, evitando situações de estresse que possam comprometer sua saúde. Um pH entre 6,5 e 8,0 é ideal, pois valores fora desse intervalo podem causar problemas como acidose ou distúrbios digestivos.


Níveis elevados de STD, acima de 4.000 ppm, podem reduzir o consumo de água e ração, enquanto a salinidade excessiva, especialmente em condições de altas temperaturas, pode ser tóxica. A presença de elementos tóxicos como chumbo, cádmio, mercúrio, além de altos níveis de ferro e sulfato, também podem impactar negativamente a ingestão de água e a saúde animal, por essa razão o tipo de bebedouro e reservatório devem ser escolhidos levando em consideração sua composição e condição de uso (Embrapa, 2023).


Portanto, a gestão cuidadosa da qualidade, disponibilidade e distribuição da água é essencial para assegurar o bem-estar dos animais, que está diretamente ligado à sua capacidade de produzir de forma eficiente.


10. Integração com práticas sustentáveis na pecuária


A gestão eficiente da água deve ser parte integrante das práticas sustentáveis na pecuária. Isso inclui a proteção de nascentes, o uso responsável de recursos hídricos e a adoção de tecnologias que minimizem o desperdício e a contaminação.


A sustentabilidade na pecuária não é apenas uma questão ambiental, mas também econômica, pois práticas sustentáveis tendem a reduzir custos e aumentar a eficiência a longo prazo.


Dica Bônus: bebedouro adequado, limpeza e vazão
Não basta garantir uma fonte de água de boa qualidade. É fundamental também contar com um bebedouro adequado.


O material do bebedouro, a frequência de limpeza e a vazão de água são aspectos importantes, especialmente em sistemas de confinamento. Muitas vezes, o manejo inadequado do bebedouro ou uma vazão insuficiente podem afetar o consumo de água, mesmo quando a fonte é de alta qualidade.


A vazão de água, por exemplo, é frequentemente mais importante do que o tamanho do bebedouro, pois garante a disponibilidade constante de água fresca para os animais. Além disso, o material do bebedouro pode influenciar desde o sabor da água até a presença de metais, impactando diretamente no consumo e no frescor e temperatura da água, o que é essencial para garantir o consumo.

Por fim, uma drenagem bem planejada, direcionando a água para fora das baias, é fundamental para evitar problemas de umidade e empoçamento no interior das baias, contribuindo para o bem-estar e o desempenho dos bovinos.

Notícias
Cenário para a carne bovina em 2023 é de otimismo Consumo per capita de carne bovina no Brasil caiu cerca de 11% ante 2021. Especialistas e pecuaristas enxergam possível melhora a partir de 2023
Mercado estável em São Paulo Nas praças paulistas com escalas de abate confortáveis e, em sua maioria, com setembro praticamente fechado, os preços ficaram estáveis na comparação dia anterior (13/9). Sul da Bahia Com boa oferta de vacas na região, a cotação caiu R$2,00/@ de vaca gorda, para o boi e novilha os preços ficaram estáveis no comparativo diário. Três La
Boi gordo: com escalas de abate alongadas, indústrias reforçam pressão de baixa na arroba Desde o início de julho, os preços do macho terminado em São Paulo acumulam queda de R$ 6,50/@, chegando a R$ 310/@, informa Scot Consultoria
Dia de estabilidade para a praça de São Paulo Após dois dias seguidos de queda de preço, a cotação do boi gordo abriu o dia estável. As escalas de abate, em boa parte dos frigoríficos do estado, foram tratadas para esse mês e parte do próximo. Norte de Tocantins Na comparação feita com o dia anterior (20/7), a cotação caiu R$1,00/@ de boi gordo. Norte de Mato Grosso Com a
...'É hora de travar um preço para a venda do boi gordo no 2º semestre do ano', alertam analistas Valorizações nos contratos futuros da B3 abrem oportunidade de investir em seguro de preços mínimos para arroba durante o período de entressafra, sugerem especialistas
Preços do boi gordo sobem em SP, sustentando a expectativa de retomada firme da arroba nesta entressafra Segundo a Scot Consultoria, o macho terminado destinado ao mercado paulista voltou a ser negociado na casa de R$ 300/@ (valor bruto e a prazo); bovinos com padrão exportação são negociados por R$ 310/@
Mapa anuncia inversão nas etapas de vacinação contra febre aftosa em dez estados em 2022 Com a medida, a primeira etapa de imunização será em maio para bovinos e bubalinos até 24 meses
Tendência é de queda nos preços do boi gordo, diz especialista O principal motivo da queda na arroba do boi gordo continua sendo a desvalorização do dólar em relação ao real
Diferencial de base entre Mato Grosso e São Paulo encurta em 2021 Apesar de todas as variações que ocorreram no mercado da carne bovina no decorrer de 2021, as cotações da arroba do boi gordo em Mato Grosso ficaram mais próximas dos preços praticados nas praças paulistas – e houve uma maior valorização da proteína do Estado. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo o Im
Estabilidade na praça paulista As escalas dos compradores estão confortáveis, resultando em menor ímpeto de compras nos últimos dias. As cotações dos bovinos destinados ao abate não tiveram alterações quando comparadas ao fechamento do dia anterior (24/1). No noroeste do Paraná, a oferta de animais tem aumentado nos últimos dias, devido à seca que atinge a região, leva
agência dream