65 3054 5323 Av. Ten. Coronel Duarte, 1585
Dom Aquino - Cuiabá / MT

Gado Facil

Notícias
O uso da água na produção de bovinos

A utilização da água na pecuária vai muito além do que é o consumido de forma voluntária pelo animal, esse recurso está presente em todo alimento consumido, nas rotinas de sanidade, lavagem de dejetos e até mesmo em processos que buscam oferecer conforto térmico. A disponibilidade de recursos naturais, como a água, é um dos aspectos que possibilitou alcançar o nível de desenvolvimento da pecuária atual, e ciente de uma possível escassez no futuro, os pecuaristas enfrentam desafios para fazer o uso racional deste recurso, garantindo o abastecimento de água de qualidade sem desperdícios.

Uso da água na produção de bovinos
O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, estimado em 234 milhões de cabeças segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a produção animal é responsável por grande parte do uso total de água do país. Do total de água retirada no Brasil, 8,3% são destinados ao uso animal, que demanda uma média de 171 mil litros por segundo acumulando 5,4 trilhões de litros ao ano, dos quais 88% correspondem ao rebanho bovino.

Uma forma de mensurar o uso da água na cadeia de produção é através da pegada hídrica, definida como a quantidade total de água direta e indiretamente utilizada na cadeia de produção. Através de estudos realizados em confinamentos de gado Nelore, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) concluiu que a pegada hídrica apresenta uma média de 5.718 litros por quilo de carne, e em outro estudo aplicando boas práticas hídricas a Embrapa apresentou como resultado a redução do uso de 5,5 para 4,5 litros de água para produzir 1 litro de leite.

O uso da água pode ser dividido em consuntivo e não consuntivo, de forma que o uso é considerado consuntivo quando a água é proveniente de mananciais superficiais e subterrâneos, neste modelo é parcial ou totalmente consumida no processo ao qual é destinada, não retornando diretamente à bacia hidrográfica. Já o uso não consuntivo da água é aquele que não afeta diretamente a quantidade de água local mesmo que a atividade dependa dela, como por exemplo, a navegação e a pesca.

Segundo dados publicados no último informativo “Contas econômicas ambientais da água: Brasil 2018-2020”, a atividade Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foi a principal responsável por retiradas de água para uso consuntivo, somando 58,2% do total, e com baixa eficiência do consumo da água.

Fatores que afetam o consumo de água
Como alternativa para amenizar os impactos dessa alta demanda, tem-se buscado aumentar a eficiência do uso da água, não só no setor pecuário, mas em todos os demais. Para isso é importante dar atenção aos fatores que afetam o consumo de água, para assim otimizá-lo.

Fatores intrínsecos e extrínsecos podem ser responsáveis por alterar o consumo de água por parte dos animais, são exemplos desses fatores: temperatura e umidade do ar, temperatura da água, taxa de crescimento, fase de produção, raça, tipo de dieta e quantidade de matéria seca ingerida. De acordo com que esses fatores, o requerimento de ingestão diária de água dos animais também varia.

Conforme exemplificado na tabela 1, as necessidades de água são influenciadas pela temperatura ambiente, e conforme o gado fica mais pesado a ingestão diária aumenta. E conforme exemplificado na tabela 2, a ingestão total diária para dessedentação, ou seja, para matar a sede, apresenta variabilidade conforme a fase de produção.

Tabela 1.
Ingestão total diária aproximada de água por bovino de corte em terminação, em litros.

INGESTÃO TOTAL DIÁRIA APROXIMADA DE ÁGUA POR BOVINO DE CORTE EM TERMINAÇÃO (LITROS)
PESO EM KG TEMPERATURA EM °C
10°C 32,2°C
272 25 54
363 30 66
454 36 78
Fonte: Adaptado de Rasby; Walz, 2011. Elaborado por Scot Consultoria

Tabela 2.
Consumo de água para dessedentação de bovinos de leite, em litros por dia, por animal

BOVINOS DE LEITE CONSUMO
VACA EM LACTAÇÃO 64
VACA E NOVILHA NO FINAL DA GESTAÇÃO 51
VACA SECA E NOVILHA GESTANTE 45
BEZERRO LACTANTE (A PASTO) 12
Fonte: Adaptado de Palhares, 2019. Elaborado por Scot Consultoria

Medição do consumo de água
Considerando as necessidades, o consumo de água na pecuária e a importância desse recurso para a produção animal no Brasil, é necessário planejar o consumo de água para garantir a oferta hídrica segura para a produção animal. Dessa forma, o levantamento de dados é imprescindível para reduzir os desperdícios e para verificar se as necessidades básicas dos animais estão sendo atendidas.

Antes da implementação de qualquer prática que busca o uso racional da água, o primeiro passo é medir o consumo. Essa mensuração é feita pelo acompanhamento do fluxo de água através de leituras de equipamentos hidrométricos instalados na propriedade com o intuito de observar se o padrão de consumo corresponde ao esperado. E, pensando em uma melhor gestão desse recurso é fundamental mensurar, porque o que não se mede, não se gerencia.

Práticas para melhorar a eficiência do uso da água na pecuária
Diante do fato de que a água é um recurso fundamental para a pecuária ter alcançado as escalas atuais e para continuar avançando, é preciso que o produtor adquira práticas que visem o uso racional da água e que mudem a forma de pensar e agir, apesar de ser considerado um recurso abundante no país, em algumas regiões a escassez já se faz presente.

A pecuária continuará dependendo desse recurso no futuro, de forma cada vez mais intensa e a inserção de práticas, desde as mais simples, como raspagem dos dejetos antes da lavagem, captação da água da chuva para uso em diversas finalidades, até práticas mais complexas como instalação de hidrômetros, monitoramento do consumo, criar bancos de dados de uso da água, estabelecer indicadores de desempenho hídrico, mensurar o impacto econômico da água no custo de produção, capacitação técnica para melhor manejo hídrico, podem além de influenciar no uso racional da água, ajudar na tomada de decisões e diminuir os riscos na produção.

Contudo, a inserção dessas práticas ainda está distante e os produtores vão enfrentar desafios para implementar práticas de uso racional de água na produção animal, desafios esses que trarão impactos positivos, como por exemplo, a redução da captação de água das fontes naturais trazendo maior segurança hídrica para a propriedade.

Estes e outros tópicos foram abordados pelo zootecnista e pesquisador Julio Palhares em entrevista sobre “Manejo ambiental e hídrico na pecuária bovina”, publicada no informativo “Boi & Companhia” disponível em: https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/entrevistas/2024/08/655/.

Notícias
Mercado do boi gordo estável em São Paulo Com a elevada oferta de bovinos no mercado, as indústrias frigoríficas estão com as escalas de abates confortáveis. As ofertas de compra por parte de compradores ativos estão estáveis. Acre Devido à alta oferta de bovinos para abate, a cotação do boi caiu R$2,00/@ na comparação feita dia a dia. Para a vaca e novilha, preços estáveis. Reg
Em São Paulo, poucos negócios e preços em queda Nesta segunda-feira (22/5), o volume de compras está baixo. A escala de abate não mudou nesta manhã, o que, teoricamente, indica o baixo volume de negócios. Porém, a indústria frigorífica abriu a semana com ofertas de compra em queda livre. As ofertas de compra caíram R$10,00/@ de boi e de novilha, mas cabe aguardar para ver se esses preços pe
Pecuária 2023 terá confinamento estável, leite bem, mas recuperação total só em 2024 - 2025! “O ano típico na Agropecuária é sempre um ano atípico. Não há moleza”. A expressão bem humorada do agrônomo e comandante da Scot Consultoria, Alcides Torres, o ‘Scot’, resume bem o ano desafiador enfrentado pela carne bovina brasileira. Depois de cinco meses, o mercado nacional e internacional aponta dados complexos. O pecuarista brasileiro precisa
Exportações do agronegócio atingem novo recorde em 2023 no Estado O valor exportado pelo agronegócio mato-grossense alcançou o recorde de US$ 7,60 bilhões, no primeiro trimestre, registrando participação de 21,14% no total nacional, que no período somou US$ 16 bilhões. Ainda conforme dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o faturamento registra
Segunda-feira de poucos negócios nas praças paulistas A semana abriu com estabilidade nos preços no mercado do boi. Com as escalas de abate confortáveis, alguns frigoríficos permaneceram fora das compras. Região Norte de Tocantins Com uma maior oferta de gado, o preço do boi caiu R$3,00/@, as cotações da vaca e novilha permaneceram estáveis em comparação ao último levantamento (14/4). Merca
Cotação do boi gordo subiu em São Paulo Após o comunicado da retomada da exportação para a China, nas praças paulistas, os preços para o boi e para a novilha subiram R$3,00 e R$1,00 por arroba, respectivamente. Para vaca, os preços permaneceram estáveis. Região de Pelotas - Rio Grande do Sul Sem alterações na oferta e na demanda local e sem influência da retomada da exportação para
Brasil poderá exportar carne bovina para o México A carne bovina produzida no Brasil pode ser comercializada para o México a partir desta semana. O país já abre o mercado para o produto brasileiro com a habilitação de 34 plantas frigoríficas. “É um momento histórico para as relações comerciais brasileiras, especialmente para a carne bovina. O Brasil mostra a potência e a grandiosidade da sua
Expectativa quanto à retomada de compras pela China prevalece no mercado A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) divulgou, ontem (6/3), em comunicado ao mercado internacional, que o status sanitário do Brasil, quanto à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB), permanece insignificante quanto ao risco à saúde pública. A exportação, a partir de agora, passa por questões políticas e de diálogo entre os governos de
CASO DO ‘MAL DA VACA LOUCA’ PODE TER OCORRIDO EM ANIMAL IDOSO QUE MORREU NO PASTO O Ministério da Agricultura está investigando uma suspeita de caso da vaca louca no Brasil. A ocorrência pode ter sido registrada em um animal idoso que morreu num pasto no Pará. “Acerca do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (“Mal da vaca louca”), todas as medidas estão sendo adotadas pelos governos. A suspeita já foi submetida a
Em São Paulo, a cotação da arroba do boi gordo subiu Nesta terça-feira (14/2/2023), os compradores ofertaram R$5,00/@ a mais para o para o boi e para a novilha. O boi está cotado em R$285,00/@, a vaca em R$261,00/@ e a novilha em R$275,00/@, preços brutos e a prazo. A cotação do “boi China” também subiu R$5,00/@, sendo cotada em R$295,00/@, preço bruto e a prazo. Exportação de carne bo
agência dream