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Mapa padroniza uso de antiparasitários em confinamentos




O governo brasileiro proibiu o uso de produtos
antiparasitários com avermectinas com prazo de carência acima de 28 dias
na carne bovina brasileira. Conforme a Instrução Normativa 48, de 29 de
dezembro,  a restrição vale para o bovino de corte criado em regime de
confinamento e semiconfinamento e também para os animais criados em
sistema de produção a pasto e que estejam em fase de terminação.


A decisão foi vista como positiva pelo setor, embora ainda
seja considerada insuficiente. Segundo Fernando Sampaio, diretor
executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne
(Abiec), com a nova regra, o pecuarista será responsável pela utilização
do medicamento no bovino. “Os cortes passarão por fiscalização nos
frigoríficos e o pecuarista que não atender à normativa será
penalizado”, alerta.


De acordo com Sampaio, a medida ajuda a minimizar os riscos
na comercialização dos produtos industrializados. “O governo também
está trabalhando em outras demandas do setor para garantir o controle de
resíduos na carne bovina, como a revisão dos produtos registrados pela
indústria veterinária para comprovar o prazo de carência dos
medicamentos", diz.

A aplicação de produtos de longa ação em animais de confinamento pode
fazer com que o produto registre níveis acima do permitido de
antiparasitários em amostras. Esse tipo de caso levou as autoridades
sanitárias dos Estados Unidos a devolver lotes da carne processada pela
JBS em 2010 e o mercado norte-americano manteve-se fechado à carne
industrializada brasileira por sete meses. Em 2011, um outro lote da
multinacional brasileira foi devolvido pelo mesmo motivo.


Dados da Abiec mostram que em 2011 o setor aplicou mais de
R$ 12 milhões em visitas a fazendas, análise de animais vivos e na carne
processada para  estabelecer um controle dos resíduos. Segundo a Abiec,
no ano passado, o Brasil perdeu US$ 104 milhões em exportação por causa
dos níveis elevados de ivermectina, principal antipasitário utilizado
no rebanho nacional.


Para Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional
Permanente da Pecuária de Corte (FNPPC)  “restringir o uso não muda
nada, é preciso investir em educação sanitária”. Segundo ele, desde que
os antiparasitáros foram colocados no mercado nunca houve a preocupação
em orientar o produtor sobre o uso correto.


“O pecuarista sempre foi induzido a comprar os medicamentos
com ação de longo prazo, que são mais  caros. Se o criador conhecesse
melhor o produto, logo perceberia que estava jogando dinheiro fora”,
argumenta.



Fonte:
Portal DBO

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