Os pecuaristas mato-grossenses aproveitaram as boas chuvas sazonais das últimas semanas para manterem os bois no pasto e, com isso, ter um ganho duplo: de peso nos animais e de preços ofertados pelos frigoríficos – com menos oferta de gado, espera-se que o encurtamento da escala de abate jogue os preços para cima.
Todavia, a manobra propiciada pelas chuvas ainda não surtiu o efeito desejado no bolso dos pecuaristas. De acordo com o último boletim semanal da bovinocultura elaborado pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), a alta no preço foi muito tímida nos últimos dias. “Na média semanal do Estado o preço da arroba do boi gordo à vista ficou em R$ 83.22, uma variação positiva de 0,43% em relação ao último preço, quando a arroba era cotada a R$ 82,86”.
Apesar da pressão de baixa que ainda se faz presente no mercado, que vem atuando praticamente desde o final do ano passado quando a oferta de fêmeas para o abate se fez de maneira mais intensa, “o preço médio da arroba do boi gordo em Mato Grosso aparentemente encontrou um suporte na faixa dos R$ 83”, informa o Imea.
O boletim destaca que apesar da ligeira redução nas escalas de abate as indústrias frigoríficas do Estado ainda trabalham dentro de sua “zona de conforto”, com as escalas geralmente entre seis dias. “Apesar de algumas diferenças no cenário, o fato é igual ao encontrado no ano passado, quando a forte pressão de baixa exercida no mercado no mês de maio foi interrompida a partir do mês do início do mês de junho, quando os preços encontraram firmeza, próximo dos R$ 86 por arroba”, lembra o instituto.
Preço por regiões do Estado
Na última semana o maior preço no Estado foi praticado na região Centro-Sul (Cuiabá, Cáceres, entre outros), com R$ 84,99/@, seguida da Oeste, R$ 84.26, Sudeste, R$ 84.15, Norte (Alta Floresta, Colíder, Guarantã do Norte) a R$ 83.29, Médio-Norte R$ 83.36, Noroeste R$ 82.99 e, por último, a região Nordeste (Araguaia), a R$ 82.20.
Exportação
Apesar do atual patamar em que se encontra o volume de carne bovina exportada pelo Estado, o cenário para os próximos meses, aparentemente, pode ser de aumento dos embarques em razão do movimento de desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar. O fato resultaria em um aumento da competitividade da carne brasileira no mercado internacional em razão da diminuição dos preços em moeda estrangeira.
A taxa de câmbio média mensal registrou, que em maio deste ano, o preço de R$ 1,99, acumulando alta de 23% desde o mesmo mês do ano passado, quando era negociada a R$ 1,61. “Apesar da recuperação da taxa de câmbio nos últimos 12 meses, os embarques de carne dos frigoríficos de Mato Grosso tiveram que se defrontar com outros problemas neste período que ainda afetam os envios do Estado, como embargos e baixa da demanda por parte de importantes mercados compradores da carne brasileira”, relembra o instituto.
Fonte: Agropágina