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Integração lavoura e pecuária avança no norte de Mato Grosso

Na busca de uma maior rentabilidade e aproveitamento das pastagens, os pecuaristas do norte de Mato Grosso estão investindo cada vez mais na integração com a lavoura. As culturas predominantes na região são o milho e a soja, conforme constatou a Equipe 2 do Rally da Pecuária, com participação da Agência Estado.

Na Fazenda Piraguassu, do Grupo Itaquerê, localizada no município de Porto Alegre do Norte, a área total é de 36 mil hectares. A pecuária ocupa somente um pouco mais de 5 mil hectares - com um rebanho de 15 mil cabeças de gado próprio e de arrendamentos - e a integração lavoura-pecuária, onde se planta soja e milho, corresponde a 4 mil hectares.

"Na seca (a integração) é a melhor coisa: o nosso boi continua engordando", disse o gerente de Pecuária do estabelecimento que faz a cria, recria e engorda de bois, André Cavalcanti Velasco. Segundo ele, a área da pecuária e da lavoura na integração varia conforme o comportamento do mercado para os produtos. Hoje, por exemplo, na região, a saca do milho é vendida a partir de R$ 30 e a da soja, por volta de R$ 75. Já a arroba do boi tem sido negociada na praça por entre R$ 82 a R$ 85 à vista.

"Se a soja ou o milho rendem financeiramente bem, a área da pecuária diminui e vice-versa. Outro benefício da técnica ocorre nos confinamentos: com os grãos aqui, consigo fazer uma dieta balanceada e de melhor custo", explicou. A fazenda tem uma capacidade estática de confinar 4 mil animais. No ano passado, a oferta dos animais engordados nesse sistema intensivo foi de 2 mil cabeças. Neste ano, mesmo com a alta dos grãos, a produção será de 6 mil cabeças e, no ano que vem, pode alcançar 10 mil cabeças. O estabelecimento, conforme Velasco, vende a quase totalidade de seus animais para o Grupo JBS e agora que firmar parceria com o frigorífico Plena, de Tocantins.

Agentes do mercado da região ainda não chegaram a um consenso sobre qual o caminho seria mais "fácil" para aplicar a integração lavoura-pecuária. Uns dizem que é mais desafiador para o agricultor, já que questões comerciais da pecuária são diferentes da agricultura. Para outros, o grande desafio do pecuarista ao entrar na agricultura é o alto custo do maquinário.

Apesar do grande esforço dos produtores da região em adotar tecnologias na produção e em manejo e recuperação de pastagens, além da regularização da documentação e georreferenciamento, o principal empecilho citado pelos agentes é a questão ambiental. Isso pode forçar pequenos e médios pecuaristas a desistirem da atividade.

O Rally da Pecuária, organizado pelas consultorias Bigma e Agroconsult, passará por nove Estados brasileiros, percorrendo cerca de 40 mil quilômetros, onde estão concentrados 75% do rebanho e 85% da produção de carne bovina do País. Nessa edição, ocorrerão também encontros com produtores, além dos eventos já programados.

Nesta sexta-feira (31/8), a Equipe 2 do Rally da Pecuária percorrerá o trecho de Querência até Água Boa, no Mato Grosso, totalizando cerca de 225 quilômetros. Até domingo (2/8) a expedição passará ainda pela cidade de Primavera do Leste, encerrando percurso em Cuiabá.

Fonte: Agência Estado

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