Como é natural no início de todo ano, quando há normalmente queda no consumo de carne e se está à boca da safra de bois gordos, os frigoríficos fizeram novamente pressão baixista ao longo de janeiro, mas, como a boiada não apareceu, o preço da arroba oscilou mas fechou o primeiro mês de 2014 no mesmo patamar de dezembro.
Entre as causas que travam a oferta estão a falta de chuva, que, piorando a qualidade das pastagens, retarda a terminação do gado de pasto. Não é só: a alta vigorosa na cotação da arroba no final de 2013 pode ter levado muitos pecuaristas a suplementar o gado no cocho para aproveitar o preço e antecipar a terminação da boiada que, sem esse trato, só estaria pronta nesta safra.
Não se deve esquecer que 2013 deve registrar abate recorde de bovinos, como aponta a pesquisa trimestral do IBGE. O crescimento foi de 11,54% até o terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 25,6 milhões de bovinos ante 22,9 milhões. Segundo o levantamento do IBGE, abates de bovinos com inspeção sanitária federal, estadual e municipal mantém-se em patamar acima de 8 milhões de cabeças por quatro trimestres consecutivos. No último divulgado pelo órgão, o total beirou os 9 milhões, alcançando 8,9 milhões de bovinos.
Outra vertente que pode estar contribuindo para a escassez de bovinos está no crescimento do abate de matrizes, depois de 2010, quando, do total de animais abatidos, menos de 30% representavam vacas. Nos três últimoa anos, a participação das vacas no total de abate ficou em 33,63% em 2011, 34,25% em 2012 e 34,52% em 2013 (até o terceiro trimestre0, segundo o IBGE. Mais vacas no gancho significa menos matrizes em reprodução e consequentemente menos bezerros no mercado e portanto menos bois para abate.
Fonte: DBO