65 3054 5323 Av. Ten. Coronel Duarte, 1585
Dom Aquino - Cuiabá / MT

Gado Facil

Notícias
Bem-estar animal: sombra é essencial em regiões de clima quente

Com a crescente preocupação do mercado consumidor – principalmente o europeu – em relação ao bem-estar animal, os produtores rurais devem ficar cada vez mais atentos ao modo como os animais são tratados dentro das propriedades. O conforto térmico é um dos requisitos que garantem, além do bem-estar, a sustentabilidade e o sucesso da atividade pecuária em regiões de clima quente.

A produção animal no Brasil concentra-se basicamente na região intertropical, onde existe a maior incidência de radiação solar, o que pode causar efeitos prejudiciais, tanto na produção e na sanidade, quanto na reprodução.

– Quando falamos em produção animal a pasto nos trópicos, considerando-se as mudanças climáticas e a perspectiva de aumentar ainda mais a temperatura do ambiente, é preciso tomar alguns cuidados para evitar esses efeitos prejudiciais aos animais – destaca a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Fabiana Villa Alves.

Há raças bovinas mais ou menos adaptadas ao calor. As taurinas, em geral, são pouco adaptadas a climas quentes e, por isso, as que mais sofrem os efeitos prejudiciais de altas temperaturas no ambiente.

– Por outro lado, o nelore, pertencente às raças zebuínas, é um animal considerado adaptado a esse tipo de clima. Algumas características, como a cor da pele e do pelo, e a grande quantidade de glândulas sudoríparas muito eficientes, auxiliam-no a tolerar bem o calor – diz a pesquisadora.

Entretanto, ela explica que mesmo sendo adaptados, sofrem em períodos prolongados com altas temperaturas por se tratarem de animais homeotérmicos, que devem manter a temperatura "ótima" para realizar as funções fisiológicas normalmente. Quando essa temperatura começa a aumentar ou diminuir, eles precisam usar alguns mecanismos para retorná-la àquela considerada normal.

Os animais têm diferentes faixas de temperaturas consideradas de conforto térmico. Para os taurinos, essa faixa é de até 27 graus. O zebuíno suporta um pouco mais, mas a temperatura máxima de conforto é de 35 graus.

– No inverno, no Centro-Oeste, são facilmente registradas temperaturas, ao sol, próximas a essa. Então, dependendo da raça e da adaptabilidade, o animal fica ofegante, aumenta a temperatura retal e os batimentos cardíacos para tentar dissipar esse calor e voltar à temperatura ótima. Mas todo mecanismo que ele usa para isso demanda gasto de energia, o que pode refletir em queda de produtividade – lembra Fabiana.

Para deixar os animais na zona de conforto térmico, ela lembra que são necessárias modificações ambientais, conforme o sistema de produção. Para os confinados é possível colocar aspersores de água, cortinas e sistemas de ventilação. Para animais a pasto, a medida mais eficiente é oferecer sombra, que pode ser tanto artificial (sombrite 70%), quanto natural. Esta última, dada pela introdução de árvores, é a mais barata e eficiente, além de trazer outros benefícios agregados como aumento de biodiversidade, diversificação da renda e alimento para os animais.

– A sombra natural é mais eficiente porque a árvore, além de bloquear a radiação solar, cria um microclima embaixo daquele ambiente com sensação térmica mais agradável. Assim, é oferecida uma condição de melhor conforto térmico, por se tratar de um ambiente com menor temperatura e, com isso, é possível promover o bem-estar do animal – acrescenta a pesquisadora.

Segunda ela, a espécie da árvore a ser usada depende de alguns fatores. Por exemplo, em sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) na região Centro-Oeste, o eucalipto é muito utilizado devido às condições de solo (ácido e com baixo teor de argila) e ao mercado consumidor existente para celulose, madeira e carvão.

Na Embrapa Gado de Corte, são realizados estudos para caracterizar quantitativa e qualitativamente tipos de sombra de diferentes espécies de árvores, e quantificar o benefício proveniente dela para os animais. A expectativa é que os resultados sejam divulgados dentro de três anos.

Fonte: Embrapa

Notícias
Feriados de final de ano tornam mercado do boi gordo mais lento A proximidade dos feriados de final de ano tem colaborado com a lentidão do mercado
Boi gordo: semana de poucas negociações O mercado do boi gordo perdeu firmeza nos últimos dias
Oferta apertada e aumento das exportações irão sustentar os preços do boi gordo em 2016, estima Rabobank Os preços do gado no Brasil para 2016 devem ficar próximo dos R$ 150,15/@ estimou os analistas do Rabobank
Boi gordo: o mercado não está comprador A oferta de bovinos para abate aumentou nos últimos dias
Acabamento é o gargalo da pecuária brasileira O maior déficit da pecuária brasileira está na fase de terminação. A posição foi defendida pelo diretor do Programa Carne Angus, Reynaldo Salvador, na manhã desta quarta-feira (9/12), na 1ª Jornada Técnica Angus, em Porto Alegre
Troca desfavorecida: mais arrobas por bezerro A relação de troca entre boi gordo e bezerro continua em patamares bastante desconfortáveis para o recriador
Queda no preço da arroba do boi gordo em São Paulo Poucas negociações no mercado do boi gordo
Maior movimentação no mercado de reposição devido às chuvas O cenário para o mercado de reposição é de estabilidade a alta
Brasil pode exportar gado vivo para fins de reprodução em larga escala para a Bolívia O Brasil pode exportar, pela primeira vez, bovinos vivos para fins de reprodução em larga escala para a Bolívia
Recomendações importantes para a escolha dos touros Numa pecuária moderna, eficiente e lucrativa é inconcebível a aquisição de animais sem avaliação genética
agência dream