As notícias que antecederam o período de trabalho nos confinamentos como processos de recuperação judicial de frigoríficos, bloqueio de importações e aumento nos preços dos insumos, traziam desconfiança quanto ao número de animais a serem confinados. Mas diante da demanda firme por parte do mercado consumidor e da recuperação dos preços no mercado futuro em julho, período em que a pesquisa foi realizada, os confinadores do Estado passaram a trabalhar com uma maior expectativa de confinamento.
Nesse contexto efetuou-se a segunda etapa do levantamento dos confinamentos no Estado de Mato grosso, que, no mês de julho entrevistou 143 confinadores, de todas as regiões do Estado. Pesquisa a partir de uma base de 200 unidades confinadoras, sendo que, deste total o setor apresenta 74% das unidades em operação.
O levantamento apurou a expectativa de uma oferta de 798,4 mil cabeças, número 3,7% superior ao mesmo levantamento para 2011 realizado do mês de abril e 34,7% ao total confinado no ano de 2010.
No detalhamento das macroregiões do Estado, as regiões médio-norte, nordeste e centro-sul apresentaram a maior evolução de 69,4%, 61,9% e 58,4%, respectivamente. Já a região sudeste foi a única que apresentou redução do rebanho a ser confinado de 18,1%.
A distribuição da entrega do animais para o abate no ano de 2011 revelou que os maiores volumes continuam sendo os meses de outubro, com 26%, e setembro com 25%. E o mês de novembro, com 17%, surge como 3ª maior oferta do ano, superando a registrada em agosto, com 14% do total.
Com base nos dados da distribuição das entregas e da capacidade de abate efetiva do Estado, estimou-se a utilização da capacidade de abate com animais terminados em confinamentos. Deste modo, estudo aponta para uma utilização de cerca de 25% capacidade do Estado no mês de outubro, com animais terminados em confinamento.
Nos dados da distribuição, pode se observar em outubro que, apesar da utilização da capacidade de abate por animais de confinamento do Estado ficar em 25%, em algumas regiões esse número pode variar. Neste sentido, em outubro, enquanto na região centro-sul, onde se encontra uma capacidade frigorífica elevada, a utilização é 27,2%, na região nordeste, que possui capacidade inferior, a utilização deve ser de 66,1%.
No levantamento da opção dos confinadores quanto a comercialização futura do boi gordo, a representatividade das operações de hedge continua a significar apenas uma pequena parte da produção. As operações de contratos a termo, entre frigoríficos e produtores para entrega futura responderam por 10% no Estado. Já as operações com contratos futuros do boi gordo na Bolsa de Mercadorias e Futuros, BM&F, representaram apenas 5%. Com isso, as operações para proteção futura dos preço envolveram 15% do rebanho, uma redução de 4 pontos percentuais em relação as operações do ano de 2010. Revelando a frustração dos confinadores em relação as operações com preços futuros do ano de 2010.
No custo de produção envolvendo o sistema de engorda em confinamento, os maiores custos seguem sendo representados pelas despesas com o gado magro, de 63%, seguidos pelos custos com alimentação de 23% e demais custos de 10%.
Quanto à comercialização dos insumos necessários à produção no sistema intensivo, os números totais do estado apontam que 67,7% e 62,9% da demanda quanto ao concentrado e mineral já está acertada. Quanto a necessidade estimada de gado magro, o estudo aponta que 90,2% do rebanho já foi garantindo.
Além desses dados, pela 1ª vez o Imea calculou o custo de produção a partir de modelos desenvolvidos para as regiões do Estado apontou para um custo operacional efetivo no 1º semestre de 2011 de R$ 13,33/cab./dia, e o custo operacional total, isto é, o custo efetivo acrescido da depreciação total e dos custos de oportunidade da terra ficou em R$ 13,78/cab./dia. Se subtraído do custo total as despesas com aquisição do animal, o custo de produção no sistema de confinamento em Mato Grosso é estimado em R$ 4,58/cab./dia.
Fonte Imea.