Para o consultor de mercado, neste ano "a compra do boi magro pesará um pouco mais e demandará cuidado". Além disso, outros fatores relacionados à principal matéria-prima do confinamento chamam a atenção.
Gustavo fará duas apresentações relacionadas ao tema, uma no Encontro de Recriadores e outra no Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, que acontecerão nos dias 14, 15, 16 e 17 de abril em Ribeirão Preto e Barretos-SP.
Em entrevista cedida à organização dos eventos, o analista afirma que, este ano, para a relação de troca boi gordo x boi magro, o cenário está desfavorável. Aguiar ainda comentou quais as regiões mais e menos afetadas pelo encurtamento da oferta de reposição e o que esperar quanto à participação do boi magro no custo do confinamento este ano, assim como isso afetará o resultado da operação.
Leia o bate-papo na íntegra:
Scot Consultoria - Como está o cenário da relação de troca com o boi magro este ano, frente à média histórica? Qual a expectativa para os próximos meses?
Gustavo Aguiar - Na média de fevereiro/15, foram necessárias 13@ de boi gordo para a aquisição de um boi magro de 12@ em São Paulo.
Esse foi o maior número de arrobas necessárias para a compra do boi magro desde maio de 2010 no estado. Na média dos últimos cinco anos, a relação é de 12,2 arrobas/boi magro.
Portanto, sob a ótica do poder de compra, o cenário pode ser considerado desfavorável frente aos últimos anos.
Atenção à evolução dessa relação nos próximos meses, quando a procura pela categoria tende a aumentar. Além disso, recomenda-se atenção ao mercado futuro do boi gordo para a avaliação do retorno do investimento.
Scot Consultoria - Quais as regiões mais e menos afetadas pelo encurtamento da oferta de reposição?
Gustavo Aguiar - Analisando pela variação de preços nos doze meses anteriores a fevereiro de 2015, destacaram-se a Bahia e o Mato Grosso do Sul, com valorizações de 51,7% e 40,3%, respectivamente.
Mas não quer dizer que o cenário esteja fácil nos demais estados. Para todos os outros estados pesquisados pela Scot Consultoria, o boi magro subiu entre 30,0% e 40,0%.
Porém, o preço isolado da reposição não é o único fator para esta análise. Utilizando como parâmetro a relação de troca do boi gordo pelo boi magro, a situação vigente está mais crítica em Mato Grosso do Sul.
Scot Consultoria - O que esperar quanto à participação do boi magro no custo do confinamento este ano? Como isso afetará o resultado da operação?
Gustavo Aguiar - Dificilmente essa participação sofre grande alteração, ficando normalmente entre 65,0% e 75,0% do custo total do confinamento, analisando sistemas que compram bois magros para confinamento.
Em uma análise preliminar, acreditamos que essa participação ficará mais próxima de 75,0% neste ano, o que quer dizer que a compra do boi magro pesará um pouco mais e demandará cuidado.
Além da questão preço, atenção à qualidade, conhecer o histórico e a condição do animal antes da entrada do confinamento são fundamentais para um bom resultado.
Fonte: Scot