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Reposição está muito cara para os pecuaristas

O preço dos animais de reposição ainda é alto para o pecuarista. O cenário diminui as expectativas de confinamento e pode até reduzir a oferta de boi gordo para os próximos ciclos.

Em Boituva, no interior paulista, um confinamento está funcionando com apenas 20% da capacidade. O proprietário tem animais próprios e de pecuaristas parceiros e diz que a alta do boi magro intimidou o produtor.

"O custo de reposição em maio estava muito alto, inviabilizava a produção, acima de R$ 160 o animal magro", relata Ovídio Sebastian, proprietário de confinamento.

O boi magro está custando cerca de R$ 1900. E a arroba do boi gordo está cotada a R$ 140. Sebastian afirma que, com estes preços, o risco é alto.

"Qualquer fator, um animal que morre, já prejudica e compromete toda a rentabilidade", conta.

O produtor Lucio Coan também confinou menos bois e passou a contar apenas com os animais que cria.

"Estamos comprando muito pouco, porque está ficando inviável. O boi magro você paga R$ 2 mil e depois você bota o preço da comida e quase que não fecha a conta", diz Coan.

Em Mato Grosso, por exemplo, um levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), indicou que as expectativas de confinamento para 2015 caíram mais de 20%. De acordo com a Scot Consultoria, o custo de produção para alojar animais aumentou 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Dado que também ajuda a reduzir a intenção de confinamento até o fim deste ano.

"Houve oscilação no preço da ração, farelo de soja, milho, mas o maior custo é o animal de reposição, que foi alavancado, porque em 2012, 2013, a gente abateu muitas fêmeas e agora estamos pagando o preço", argumenta Alcides Torres, analista de mercado.

Na região de Boituva, o clima também influenciou na redução. As pastagens estavam boas há pouco tempo e o produtor preferiu terminar o boi a pasto para reduzir os custos. Mas a situação vai ser diferente nos próximos meses.

"As pastagens já secaram. O preço do boi magro vai cair", calcula Sebastian.

Mesmo com menor intenção de confinamento, o setor acredita que o próximo ciclo, que vai de agosto a novembro, vai ser melhor.

"Eu acredito que o boi suba. Vai subir na marra, porque não vai ter tanto boi gordo nos próximos 60 dias. Já vinha faltando. É que o consumo não anda bom", afirma Coan.

Fonte: Canal Rural, por Júlio Prestes. Edição de Caroline Kleinübing

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