Segundo ele, o criador ainda enfrenta dificuldades em adaptar o acabamento das carcaças ao padrão exigido pelo mercado, o que permite o pagamento de bonificações a exemplo do Programa Carne Angus Certificada. A média nacional de certificação de acabamento dentro do programa hoje é de 73%. Salvador citou o exemplo da CooperAliança, que aperfeiçoou o processo trabalhando em dois times de produtores: os que produzem e os que engordam. “Isso deu tranquilidade para trabalhar com animais bem terminados”, salientou.
Salvador pontuou que obter animais bem acabados vai além de cuidados limitados ao ganho de peso. “No Carne Angus, peso não é tudo. Temos que olhar a terminação. Precisamos produzir pensando no cliente final, a dona de casa, o dono do restaurante, e para isso precisamos trabalhar em conjunto”, concluiu. E citou a importância de aproveitar todas as potencialidades da genética Angus, que oferece precocidade de terminação, boa conformação carniceira, excelente desempenho em ganho de peso e exemplares com pelame curto e liso.
Reprodutores
O Brasil ainda tem muito a avançar quanto à escolha da genética ideal para a produção de animais carniceiros voltados ao mercado. Para dirimir dúvidas de criadores e técnicos, Salvador ainda detalhou particularidades de touros de diferentes frames para a produção de carne. “Escolha de touro não é concurso de miss. O que vale são as DEPs. Mas ainda vemos muita gente escolhendo reprodutores pela foto”, pontuou.
Garantindo que não há uma receita de bolo na hora de escolher o melhor touro a ser utilizado para a cria, ele citou que é preciso avaliar os objetivos de cada criação, as condições de manejo da propriedade e o mercado ao qual se destina a carne produzida. Animais pequenos geralmente são a melhor escolha para sistemas de terminação em pastagem e para destino a mercados que não precisa de carcaças pesadas. Os médios são ideais para terminação em pastejo com suplementação ou para produção de animais inteiros a serem abatidos em confinamento. Animais de porte maior são indicados para terminação em confinamento.
A produção mundial de carne é de 60 milhões de toneladas/ano, sendo que os sete maiores produtores respondem por 45 milhões de toneladas. O Brasil reponde por 9 milhões de t e apenas 20% têm destino para o mercado externo. Mesmo assim, o Brasil consolidou-se como segundo maior exportador de carne, atrás apenas da Índia. “Ainda temos um grande mercado interno cativo que precisamos atender com cuidado", alertou Salvador.
Fonte: Jardine Agência de Comunicação