Uma nova técnica tem ganhado espaço nas propriedades do Pantanal mato-grossense. Chamada de “desmama precoce”, ela chama atenção porque, além de aumentar os índices de prenhes, também atua com eficiência no ganho de peso dos bezerros. Os resultados são surpreendentes. Na última sexta-feira, dia 2, pecuaristas foram acompanhar de perto a técnica em uma fazenda local e saíram satisfeitos.
Quem aposta no sistema é o professor Antônio Carlos Silveira, da Unesp de Botucatu. Pioneiro no abate de bezerros precoces, ele tem na desmama uma nova ideia.
“A desmama acontece aos três ou quatro meses, no máximo. O principal benefício é que aumenta a fertilidade da mãe. Ela não vai ter muito gasto para produzir leite. Assim, você terá uma uniformização dos bezerros. Eu tiro o ruim, se vem guaxo no início, porque depois vai dar as mesmas condições de alimentar a todos. É uma questão de manejo”, diz.
O pecuarista Golbery Costa gostou da técnica e ficou surpreso com o que conseguiu atingir na sua propriedade.
“Antes, eu criava como todo fazendeiro comum no Pantanal. Tirava da bezerrada com sete ou oito meses. Só que uma bezerrada fraca que vinha com 130 ou 140 kg. A vacada era magra, tinha problema de perca de gado nas enchentes porque a vacada era magra e fraca. Agora não, eu tiro uma vacada que cicla mais, tem um estado corporal melhor e com isso ela enxerta mais. Meus índices subiram para 75% de prenhes e eu tenho um desfrute melhor na fazenda”, conta.
Na opinião de Golbery, a técnica é um caminho sem volta e uma questão de modernização da atividade pecuária.
“A intensificação tem que chegar nas propriedades. Isto não é modismo não. Temos que aprender a colocar tecnologia na fazenda e essa tecnologia vem atender o pantaneiro. É muito mais simples do que parece, não tem dificuldade alguma”, completa.