Representantes da área de defesa
sanitária da Bolívia e da indústria de carnes brasileira se reunião na
tarde desta quinta-feira,6, para debater medidas de prevenção à febre
aftosa naquele país. A reunião acontece no Encontro Nacional de Defesa
Sanitária (Endesa 2011) que termina nesta sexta-feira, 7, e é realizado
no Memorial da América Latina, em São Paulo.
O trabalho coordenado com o Brasil data de muitos anos, mesmo antes
da criação do serviço oficial boliviano, porém sempre teve como foco a
fronteira com Rondônia. Desta vez, a ideia é intensificar as atividades,
especialmente de prevenção da aftosa, nos departamentos de Beni e Santa
Cruz, onde está concentrada 80% da pecuária do país.
“Esperamos uma prorposta do setor privado e do governo brasileiro
de como fortalecer estas atividades”, afirmou odiretor do serviço
sanitário nacional da Bolívia e presidente do Conselho veterinário
Permanente do Mercosul (CVP), Rubens Robles.
Segundo ele, a maior dificuldade nos dois departamentos é o acesso
às propriedades, distancias longas, estradas deficientes e inundações
que dificultam o acesso dos técnicos para vacinação e inspeção. “A
estratégia que vamos pedir ao Brasil é que traga apoio mais para dentro
da fronteira.”
Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do
Ministério da Agricultura, afirma que o país realiza este trabalho
conjunto pois "não basta para o Brasil nós sermos livres de febre
aftosa. Queremos uma América do Sul livre de febrte aftosa. Isso nos dá
tranquilidade, nos dá segurança em situações como esta."
Continente livre de aftosa em 2020
Segundo o Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) a
Bolívia está entre os que apresenta risco mais elevado do registrar a
doença na América do Sul. Equador, Venezuela e Paraguai estão em
situação mais preocupante, devido ao registro de casos recentemente.
A meta do Panaftosa é que a doença seja erradicada até 2020 em todo
o continente. “O investimento em vigilância sanitária é chave para que
isso aconteça”, salientou o diretor do Panaftosa, Ottorino Cosivi.
Atualmente, 85% da população bovina da América do Sul está em áreas
livres de aftosa com ou sem vacinação.
Ele acrescenta que a união entre os setores público e privado –
como está sendo feito na Bolívia e que o Brasil também mantém com o
Equador – é fundamental. “Países com sucesso no combate a aftosa têm
essa parceria e investimento forte”, destacou Cosivi.
Embora tenha sido citado como exemplo de trabalho bem sucedido de
prevenção à doença por Cosivi, o Brasil ainda precisa enfrentar
obstáculos para atingir a meta de ter todo o território reconhecido como
livre de febre aftosa em meados de 2013. De acordo com o diretor do
Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme
Marques, ainda existem estados no norte e no nordeste que não são
considerados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livres
da doença.
Segundo ele, há desafios como a deficiência de pessoal, de
estrutura e divergências no que diz repeito à legislação estadual e
federal. "São várias deficiências que dependem de cada Estado. Queremos
que eles tenham condições de obter o status de livre de aftosa e de
manter este reconhecimento, tendo um serviço veterinário robusto."
Fonte: Portal DBO.