Autoridades
da Secretaría Nacional de Calidad y Salud Animal (Senacsa) do Paraguai
confirmaram, ontem (2) à noite, a incidência de novo caso de aftosa no
país, no departamento de San Pedro - mesma região do foco de setembro. A
notícia se dá três meses e meio após o aparecimento de febre aftosa no
Paraguai e apenas 17 dias depois do governo do país vizinho levantar a
emergência sanitária em seu território. O caso ocorreu na fazenda
Trugger, no distrito de Piri Pukú, a 20 quilômetros do foco do ano
passado. Informações extraoficiais divulgadas pela imprensa paraguaia
indicavam que 17 das 23 amostras apresentaram reação. A Senacsa já
comunicou a ocorrência à OIE.
O Ministério da Agricultura (Mapa) não havia sido notificado até ontem à
noite. Contudo, extraoficialmente, os técnicos da Pasta estavam a par
do caso e aguardavam a confirmação para tomar as medidas cabíveis, como a
suspensão das importações de carnes, recém-retomadas em dezembro, e o
reforço da fiscalização de trânsito nas fronteiras. Com boa parte dos
veterinários em férias e sem conhecimento do caso, o diretor do
Departamento de Produção Animal da Secretaria da Agricultura (Seapa),
Eraldo Marques, também espera hoje pelo comunicado oficialdo Paraguai.
Neste caso de emergência, servidores deverão ser convocados a
reassumirem os postos. "Estamos em uma situação mais tranquila, porque a
segunda etapa de vacinação já ocorreu no Estado, imunizando os animais
mais jovens, que são os mais sensíveis." Em novembro, a secretaria
reduziu pela metade as seis equipes volantes responsáveis por ações de
controle em regiões fronteiriças de risco. Mesma iniciativa foi tomada
pelo governo federal, que havia deslocado 40 funcionários.
Para o consultor da Farsul, Luiz Alberto Pitta Pinheiro, a reincidência
de casos de aftosa num curto espaço de tempo ocorre quando medidas de
contenção não são eficientes. O especialista cogita que, além da
cobertura vacinal do Paraguai não ser ideal, pode ter havido falha no
controle de trânsito. "A região é suscetível, pois registra fluxo
intenso de ingresso de gado." Antes da confirmação do foco pelo governo
paraguaio, Pinheiro já previa que haveria um grande problema com o foco.
"Pode ser que em setembro já existissem outros casos não notificados."
O FOCO DE SETEMBRO
Por causa do foco de 18 de setembro de 2011, 820 animais foram abatidos;
O status de livre de aftosa com vacinação está suspenso desde então.