Entre os pecuaristas, estudantes e técnicos que participaram do primeiro Simpósio Repronutri de Reprodução, Produção e Nutrição de bovinos, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) foi bastante discutida. Para o médico veterinário Witis Baes – bolsista da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect) e da Embrapa Pantanal – a técnica é uma boa alternativa para taxas satisfatórias de prenhez e uma boa produção de bezerros nas fazendas em Mato Grosso do Sul.
"A prática consiste em trabalhar com um número de fêmeas – que podem ser solteiras ou paridas, mães de bezerros – a, aproximadamente, 35 dias depois de parida em diante (porque é preciso ter um intervalo do parto para começar a técnica). A partir dos 35 dias, é iniciada uma sequência hormonal, uma série de protocolos com utilização de implantes para buscar a ovulação dessas fêmeas em um determinado dia (o décimo dia, que a gente chama de "dia x"). A combinação da ovulação com a inseminação, depositando o espermatozoide, vai gerar o embrião e resultar na prenhez que nós necessitamos", afirma Witis.
De acordo com o veterinário, os índices de prenhez obtidos com a IATF vão de 50% a 60%, com perdas embrionárias registradas após o diagnóstico de gestação de 5% a 8%. Sobre as causas das perdas, Witis cita problemas sanitários, a aplicação de vacinas em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento do embrião ou deficiência mineral dos animais. "As ferramentas que nós utilizamos depois da aplicação da IATF para auxiliar a produtividade são a melhoria da condição corporal, o cuidado com a sanidade do rebanho e com a qualidade do sêmen. Quando bem trabalhados, esses fatores tendem a resultar em índices maiores de prenhez".
Ainda segundo Witis, essa técnica pode ser aplicada por qualquer produtor, mas o pecuarista precisa conhecer a situação da fazenda antes de realizar qualquer iniciativa: fazer o controle sanitário dos animais e organizar os detalhes necessários para a estação de monta, por exemplo, são fatores importantes para uma IATF bem sucedida. "Você tem que fazer um levantamento do rebanho, numerar e identificar essas fêmeas, formar o lote, preparar a equipe para, só depois, começar a inseminação", diz o veterinário. Ele ressalta, também, a importância de se considerar a realidade da fazenda no processo. "Cada propriedade é uma situação diferente, cada caso é um caso".
Fonte: Embrapa Pantanal