Uma nova técnica promete eliminar de vez o convencional método de
castração de bovinos, no qual é feita uma cirurgia de retirada dos
testículos. A castração biológica, feita através de uma injeção à base
de papaína e ácido lático, garante índices de 98% de castração e promete
eliminar riscos para o produtor rural, como eventuais hemorragias. A
castração biológica em bovinos é tema de um dos minicursos oferecidos no
III Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável (Simbras), entre os
dias 22 e 24 de setembro, em Viçosa (MG).
Segundo Diogo Vivacqua, médico veterinário e doutorando do Departamento
de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), essa castração tem
o objetivo de tentar diminuir o sofrimento dos animais em relação à
castração convencional, ou seja, cirúrgica.
É um novo método de castração que funciona com uma injeção de dose única
aplicada em cada um dos testículos dos animais. A partir daí, o animal
já está castrado e pode ser solto a pasto, ou seja, não há
pós-operatório - explica o médico veterinário.
Ele conta que o produto é biológico, pois é feito a base de papaína,
encontrada no mamão, e ácido lático, extraído do leite. As vantagens
para o produtor rural são muitas. Uma delas é não precisar mais retirar
os testículos dos animais. Com isso, não há problemas com hemorragias,
bicheiras ou pós-operatório. Além disso, extinguem-se os riscos de
morte, já que o produto age localmente.
Entre os efeitos da castração, há a diminuição da agressividade e
sodomia entre os animais. A técnica permite ainda a castração durante
qualquer época do ano e não exige o uso de outros medicamentos - diz
Vivacqua.
Comparado à castração cirúrgica, esse método diminui o sofrimento dos
animais. De acordo com o veterinário, quando o animal é castrado, ele
muge, urina e defeca constantemente. Já durante o procedimento de
castração biológica, o animal fica tranquilo no tronco.
A técnica já foi testada em mais de 1.200 animais, sendo que 98% deles
têm demonstrado castração. Além da diminuição da agressividade,
comprovamos através de exames biológicos a ausência de espermatozóides -
garante.
O produto ainda está em fase experimental, portanto, método e produto
ainda não foram disponibilizados aos produtores. Segundo Vivacqua, ainda
é preciso realizar um registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. A partir daí, eles serão disponibilizados ao público.
Mais informações no site www.simbras-as.com.br.
Fonte: PORTAL DO AGRONEGÓCIO/MIDIANEWS