65 3054 5323 Av. Ten. Coronel Duarte, 1585
Dom Aquino - Cuiabá / MT

Gado Facil

Notícias
Pecuária evitou desmatamento de 270 milhões de hectares

Uma consultoria do setor produtivo realizou estudos com base em dados de 10 empresas, entre públicas e privadas, dentre elas Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o resultado da pesquisa mostrou que num intervalo de 20 anos (1990 e 2019) o aumento da produtividade pecuária evitou que 270 milhões de hectares fossem desmatados.

Ainda de acordo com a pesquisa, a prática devolveu 30 milhões de hectares para outras atividades ou regeneração da flora. O estudo teve como base a necessidade do setor agropecuária em apresentar os números de atividades como a pecuária, diante do recuo das atividades econômicas causado pela pandemia do Covid-19.

O estudo cruzou as diversas bases de informações disponíveis em 2018, e trouxe à tona pela primeira vez um dado que vem sendo atualizado anualmente, à medida que as informações oficiais são divulgadas. Nele, é apontado que a área utilizada pela pecuária e pela agricultura, somando todas as atividades, desde hortícolas até reflorestamento, somava 248,4 milhões de hectares em 2003. Naquele ano foram produzidas 610 milhões de toneladas de produtos vegetais e 40,2 milhões de toneladas de produtos de origem animal.

Em 2019 os brasileiros ocuparam 240,8 milhões de hectares para todas as atividades. A produção, no entanto, atingiu 1,1 bilhão de toneladas de produtos vegetais e 66,5 milhões de toneladas de produtos de origem animal. Produção vegetal e animal tiveram um incremento de, respectivamente, 81% e 66% em 16 anos. A área total para produção agropecuária recuou 7,6%.

Em 2003, os pecuaristas e agricultores retiravam cerca de 2,6 toneladas de produtos agrícolas para cada hectare utilizado, enquanto no último ano foram 4,9 toneladas por hectare, um aumento de 86% no desempenho por hectare. Como a produtividade está aumentando, a qualidade do solo também melhora, consequência de melhores práticas conservacionistas e condução dos tratos culturais.

Aumento da Produtividade



O aumento da produtividade não é linear pelo desempenho de cada cultura. Para analisar as culturas, todas atividades precisam ser avaliadas separadamente. A produtividade da pecuária de corte, por exemplo, aumentou 55% entre 2003 e 2019.

A mudança no uso do solo é um dos fatores que explicam o desempenho do campo nesse quesito. Na média, uma área de pecuária de corte produz cerca de 65 quilogramas de carcaça por ano. Mesmo considerando a produtividade média da amostra obtida pela consultoria, a produtividade será de 190 kg/ha, podendo atingir quase 1 tonelada por hectare entre os mais produtivos.

Quando essa área passa para soja, a quantidade de grãos retirada da área facilmente atinge 3 toneladas por hectare. Se ainda for plantada uma segunda safra de milho, a área renderá entre 9 e 10 toneladas por hectare. O mesmo raciocínio pode ser usado para cana-de-açúcar, eucalipto e outras culturas que avançam sobre área de pastagens.

No período abrangido pelo estudo, que começa em 1990 e vai até 2019, a área de agricultura aumentou cerca de 14 milhões de hectares, sendo que a área total de pastagens recuou quase 22 milhões de hectares. Mesmo computando o desmatamento, de acordo com números oficiais para as pastagens levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE/Prodes, a quantidade de área repassada para agricultura, somada à área perdida por infestação de plantas invasoras, é suficiente para registrar redução na área cultivada no Brasil.

Esse avanço é possível pelo aumento do aporte tecnológico na produção de carne, o que não ocorre de forma bem distribuída entre todos os produtores. Os pecuaristas mais ágeis melhoram seus sistemas de produção, obtendo maior rentabilidade e ampliando sua escala com produtividades cada vez mais elevadas. Do outro lado, os menos eficientes, grandes ou pequenos, vão perdendo parte de suas pastagens, tanto para a agricultura, como pelo início do processo de recomposição da vegetação natural.

Entre 2003 e 2019 foram repassados 2,2 hectares de pastagens para agricultura para cada hectare desmatado, segundo números oficiais do governo federal. E foi iniciado o processo de regeneração em 1,3 hectare, para cada hectare desmatado. O repasse para agricultura intensificou-se a partir dos anos 2000, quando se concentrou praticamente 80% de toda a área que foi convertida.

Para analisar um período mais longo, depois de 1990, o total desmatado somou 40,7 milhões de hectares. Foram repassados 17,5 milhões de hectares para a agricultura e outros 53 milhões de hectares de pastagens foram perdidos por degradação, iniciando a regeneração da vegetação natural.

Seja por demanda, seja por infraestrutura, sempre foi previsível que a pastagem cederia espaço para culturas agrícolas.

De acordo com Maurício Palma Nogueira, engenheiro agrônomo autor do artigo, a pecuária nunca foi, e nem é, vetor de desmatamento, mas sim consequência do mesmo. Trata-se da atividade mais adaptável para uma região sem infraestrutura alguma.

Há quem analise a produção com base em indicadores do passado, sem considerar o avanço tecnológico. Se as premissas dessas análises estivessem corretas, a pecuária brasileira teria que ocupar atualmente 430 milhões de hectares. O cálculo é obtido pela produção atual de carne com base no nível tecnológico de 1990.

Somando ainda o balanço entre desmatamento e as áreas em processo de regeneração e repassadas para agricultura, é possível associar o avanço da produção pecuária com a conservação de 300 milhões de hectares nos últimos 30 anos.

Além da produção de carne, e de todos os avanços econômicos e sociais, a pecuária brasileira é responsável pela proteção ambiental média de 10 milhões de hectares a cada ano.



Com informações da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
Crédito da foto: Rubens Ferreira

Notícias
Demanda por carnes não responde e preços da arroba do boi perdem ritmo no movimento de alta O mercado do boi gordo ainda possui viés altista, mas essas altas devem vir de forma comedida. A demanda interna, que ainda se encontra desaquecida, gera uma inércia e o mercado futuro reflete os patamares do mercado físico. É o que detalha Alex Santos Lopes, analista da Scot Consultoria. A carne teve um período positivo, mas essa alta foi atri
Margem melhora, mas preços da arroba demoram a subir A melhora de margem das indústrias após a valorização da carne na última semana, movimento que continuou com os reajustes para os miúdos e subprodutos, não tem sido suficiente para puxar para cima, de forma consistente, as referências de preços da arroba. As altas ocorrem, mas são pontuais e refletem a falta de oferta, comportamento que já era o
Oferta restrita de boiadas mantém mercado mais firme Com as margens de comercialização abaixo da média histórica na maior parte do ano, os frigoríficos ainda relutam em pagar preços maiores para a arroba dos animais terminados, mesmo com a melhora ocorrida nas últimas semanas. Por outro lado, a oferta restrita de boiadas vem fazendo com que o mercado fique cada vez mais firme. O momento de entr
Mercado de reposição frouxo, sobretudo para o bezerro Destaque para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, com redução semanal de 0,7%, na média de todas as categorias de animais de reposição pesquisadas pela Scot Consultoria. Considerando a média de todos os estados pesquisados, no acumulado do ano, as quedas para o bezerro, garrote e boi magro foram de 5,8%, 4,4% e 2,6%, respec
Oferta restrita de boiadas e valorização da carne no atacado colaboram com mercado mais firme A semana passada foi marcada pela valorização da carne com osso e sem osso no mercado atacadista. A recuperação de margem das indústrias, que travava o mercado até agora em 2016, ocorreu. O espaço que os compradores precisavam para poder pagar mais pela arroba, surgiu. Mas, ainda assim, mesmo com a oferta limitada de boiadas e com a carne subind
Com mercado praticamente de lado, indústrias aproveitam para recuperar as margens Há muita especulação, poucos negócios e, gradualmente, isso vai melhorando o resultado das indústrias. Estoque enxuto de carne ajusta o mercado à demanda atual, que, inclusive, tende a melhorar agora no começo do mês, e permite incremento das margens. A manutenção deste cenário de compras “devagar”, com oferta curta de boiadas, ao contrário do q
Incertezas para o boi e baixa capacidade de suporte afastam compradores no mercado de reposição Mais uma semana de preços em baixa. Apesar do ajuste positivo para algumas categorias em praças específicas, o comportamento geral do mercado foi de queda para as cotações. Baixas capacidades de suporte, juntamente às incertezas quanto ao rumo dos preços do boi, são fatores que restringem a demanda e afrouxam o mercado. Considerando a média d
Dificuldade na compra de boiadas Após as quedas observadas na maioria das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria, o mercado do boi gordo começa a retomar a firmeza nos preços ofertados pela arroba. A dificuldade na compra de boiadas e a melhora das margens de comercialização das indústrias têm colaborado com este cenário. As programações de abate pouco evoluíram nos últim
Mercado do boi gordo estável, mas pressionado O mercado do boi gordo está estável, mas pressionado. As escalas de abate caminham de forma lenta e atendem, em média, cinco dias. Entretanto, é importante ressaltar que alguns frigoríficos estão pulando dias de abate e/ou com ociosidade elevada, já que o escoamento da carne bovina não evolui e estas estratégias colaboram para manter os estoques
Pecuaristas provam que palha de arroz no confinamento dá certo Pequenos pecuaristas de Mato Grosso encontraram uma saída para confinar a boiada e driblar o alto custo dos grãos e a baixa qualidade dos pastos, afetada pela seca. Para manter a produtividade do rebanho, eles vêm fazendo a suplementação a pasto e utilizando palha de arroz e outros aditivos no confinamento. O consultor técnico Guilherme Silveira af
agência dream