Q uando se fala em crescimento no setor agropecuário, já faz um tempo
que Mato Grosso aparece em primeiro lugar nas principais atividades
produtivas. Isso porque é o principal produtor de grãos do país e também
por ter o maior rebanho bovino comercial, com cerca de 29 milhões de
cabeças.
Dados que colocam o Estado em uma posição de crescimento quando o
assunto é confinamento de gado. Nos últimos seis anos esse sistema de
engorda cresceu 548%, um índice que constata a consolidação de Mato
Grosso como grande confinador. O número de animais criados sob engorda
intensiva saiu de 117.879 cabeças em 2005 em Mato Grosso para 763.947
bovinos em 2011. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia
Agropecuária (Imea).
O maior aumento ocorreu na região Médio Norte que teve alta de 72%. Já
na região Oeste o confinamento caiu 16,4%. De acordo com o
superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat),
Luciano Vacari, a região Médio-Norte é uma grande produtora de grãos, o
que demonstra a verticalização da cadeia do agronegócio, transformando
grãos em proteína animal.
Vale lembrar que a oferta de grãos é um estímulo para essa atividade. A
Acrimat observa ainda que o confinamento avançou este ano, apesar de a
variação do preço da arroba do boi gordo, entre julho e novembro, ter
sido de 7,2%, bem inferior à valorização de 37,2% registrada em igual
período do ano passado.
Vacari disse ainda que Mato Grosso tem todas as condições de assumir o
ranking de maior confinador de gado do país a médio prazo pelas
condições privilegiadas que possui. Atualmente, o principal confinador
no país é Goiás.
O estudo levantou a participação do gado confinado nas escalas de abate
através da distribuição de entrega dos animais para os frigoríficos e
dos números do abate total de bovinos em Mato Grosso. Sendo assim,
verifica-se que a terminação de bovinos no sistema intensivo foi
fundamental para que o abate alcançasse os elevados patamares
registrados no segundo semestre de 2011, chegando a responder no mês de
outubro por 48% do rebanho abatido, com um volume de 191,8 mil cabeças
abatidas.
O coordenador do Imea, Daniel Latorraca, observa que o confinamento
surge com a terceira safra do ano para o agricultor, que usa uma parte
de sua produção para confinar. O levantamento realizado pelo Imea
constatou que 50% da composição do concentrado oferecido na alimentação
do boi é produzida pelo próprio confinador. De forma que se pode
analisar que o agricultor está investindo na pecuária, no confinamento e
semiconfinamento. A composição do concentrado usado no confinamento é
feita com 58% de milho, 10% de sorgo, 8% de farelo
de soja, 8% de caroço de algodão, 8% de casquinha de soja, além de milheto, torta de algodão e outros itens.
Neste último levantamento pesquisou-se sobre a participação de machos e
fêmeas confinados no Estado, chegando ao número de 84,9% de machos e
15,1% de fêmeas. A região Oeste e, principalmente, a região Médio-Norte,
grandes produtoras de grãos, apresentaram uma maior participação de
machos confinados de 91,0% e 94,2%, respectivamente.
Fonte: Wisley Tomaz/A Gazeta