Apesar da predominância de 90% do rebanho bovino mato-grossense ser Nelore, é possível encontrar as raças Angus, Limozal, Gir (leite), Girolando (cruzamento de Gir com gado holandês) e Simental.
Outros animais quadrúpedes encontrados na feira são cavalos pantaneiros genuinamente mato-grossenses, ovinos, caprinos, entre outros. Pela exposição este ano circulam cerca de 30 mil animais, sendo 1,1 mil de argola. A Expoagro é realizada pelo Sindicato Rural de Cuiabá e Fabinho Promoções. De acordo com o setor produtivo a fácil adequação ao clima tropical de Mato Grosso é o que faz o Estado ter este grande mix de animais, bem como o fato de serem bons reprodutores. A exemplo disso, é o gado Nelore. “Não é apenas em Mato Grosso que possui capacidade de adequação, mas no Brasil todo”, comenta o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.
A raça Nelore é dividida em Corte, Puro Origem (P.O), Puro Origem Importado (P.O.I), além da leiteira. Das 29,1 milhões de cabeças de gado de Mato Grosso, 90% é Nelore. Segundo o produtor Olímpio Risso de Brito, que possui a Fazenda Kangayan em Denise, além do clima, a fertilidade e a resistência a ectoparasitas e endroparasitas são outros fatores para a raça predominar. “Outro fator é que as fêmeas possuem ubere (glândula mamária) pequeno e com capacidade menor de armazenamento do leite, o que faz ela produ zir várias vezes e o bezerro mamar até 20 vezes no dia por ser colocado perto da mãe”.
Para Brito dentre os desafios do setor estão manter o status livre da aftosa, controlar a brucelose e tuberculose, resolver a questão da logística e a concentração de frigoríficos. O diretor da Acrimat e pecuarista em Tesouro, Júlio Rocha, explica que a diferença do nelore para o touro é que o primeiro possui o cupim (o cucuruto no pescoço). “Outra diferença e que faz a carne do Nelore ser muito apreciada é que ele possui a gordura separada, enquanto que do taurino é entremeada”.
Genética
De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de produção do ciclo completo no 1º trimestre de 2012 foi em média R$ 88,05 a arroba, 0,2% maior que os R$ 87,90 do período de 2011. Vacari comenta que o que pesa no custo são a mão-de-obra, o óleo diesel e o sal mineral. Segundo o proprietário do Grupo Camargo, Luiz Antônio Felippe, a fazenda além de produzir nelore em Nortelândia e Jau (SP), realiza leilões. Ele explica que um animal só se torna campeão ranqueado e bom reprodutor se houver alto investimento, conforme ele difícil de se mensurar, pois é preciso várias gerações familiares para conseguir um animal geneticamente rentável. “Hoje o gado de seleção top de avaliação genética, que são os P.O e P.O.I, não chegam a 10% do rebanho total do Estado.
Para chegar a eles demanda tempo e é difícil falar do custo de produção, pois para cada um tem um tipo de manejo, mas o desembolso é semelhante ao pago pela arroba hoje, como é o caso de um reprodutor de boa avaliação genética, que é R$ 80 a arroba para venda”. Camargo, que possui no Estado um rebanho de 15 mil cabeças de nelore, sendo 2 mil P.O a qual trabalha há 41 anos, comenta que o custo de produção envolve, em especial nos animais campeões, a matriz, o sêmen, o tratamento do bezerro e às vezes a fecundação in vitro (FIV). “A dose do sêmen varia de R$ 15 a R$ 15 mil. Se a fecundação for in vitro pode-se fertilizar várias vacas”.
Fonte: DO PORTAL DO AGRONEGÓCIO