A pecuária mato-grossense fecha 2014 com um cenário bastante positivo, com o preço da arroba do boi acima de R$ 100 durante todo o ano, registrando um aumento de 31,4% entre janeiro e novembro - mês em que atingiu seu pico (R$ 127,86), segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Para 2015, a perspectiva é de que os bons preços se mantenham, porém o produtor precisa ter cautela por conta dos rumos da economia brasileira, conforme apontaram os principais analistas do setor durante Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado há duas semanas, que contou com a participação do superintendente do Imea, Otávio Celidonio.
O superintende aponta que os atuais preços devem ser mantidos em 2015, já que o volume de animais disponíveis no mercado brasileiro deverá ser baixo, por conta da estiagem prolongada nas regiões Sul e Sudeste do país, o que deve refletir positivamente em Mato Grosso. "Ainda não dá para calcular o impacto disso, mas já se sabe que haverá uma redução na oferta de gado no próximo ano, e os preços atuais devem se manter e até mesmo registrar uma leve alta", afirma Celidonio.
Vale lembrar que o grande ponto de interrogação ainda é em relação à economia brasileira. "Apesar de a gente ter uma situação de oferta mais restrita e melhores preços, também temos uma situação econômica mais complexa, com inflação alta. Este cenário pode alterar o consumo de carne e afetar a demanda no mercado interno, o que reduzirá o preço da arroba", pontua o superintendente.
A dica para os pecuaristas é para aproveitarem o bom momento e investir para garantir que os animais que estão a pasto estejam prontos para o abate no próximo ano. "A pecuária vive uma recuperação muito boa, o produtor deve aproveitar esta boa fase para investir em seu plantel, porém é válido frisar que não se deve esperar grandes altas".
Mercado internacional - Em relação ao cenário mundial, as estimativas também são boas para a carne brasileira, já que alguns mercados tradicionais, como Austrália e Estados Unidos estão apresentando queda de oferta. "Este cenário é uma boa oportunidade para o Brasil. Além disso, outros fatores como a crise entre a Rússia e a Europa e os Estados Unidos e a possibilidade de abertura de novos mercados promissores, como a China, são pontos positivos para o setor. Precisamos continuar trabalhando para abrir novos mercados e aproveitar este momento para crescer mais que os outros países", finalizou Celidonio.
Fonte: Famato