A semana começou com queda de R$ 3/@ nos preços do boi gordo “comum” e da novilha gorda nas praças de São Paulo, agora negociados por R$ 308/@ e R$ 290/@, no prazo (valores brutos), informa a Scot Consultoria.
Nas mesmas regiões, as cotações da vaca gorda e do “boi-China” continuam valendo R$ 277/@ e R$ 312/@, respectivamente, acrescenta a Scot.
Nas últimas semanas, os valores das boiadas terminadas têm registrados seguidas pequenas desvalorizações, um reflexo do aumento da oferta – a convencional “desova” de animais neste período de fim de safra –, além baixo escoamento da carne bovina no mercado interno.
Para o azar dos pecuaristas, desde o fim da última semana, o mercado do boi gordo passou a conviver com um outro um fator de baixa, pelo menos neste curto prazo: a confirmação de um caso de influenza aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, que levou à suspensão temporária das importações de carne de frango brasileira por mais de uma dezena de países, incluindo a China, disparado o maior cliente.
Tal acontecimento, segundo os analistas da Agrifatto, pode redirecionar ao mercado doméstico uma grande quantidade de cortes de frango, reduzindo ainda mais os preços desta mercadoria (tradicionalmente mais barata que a carne bovina), e também forçando para baixo os valores da proteína vermelha.
“Esses fatores reforçam a pressão dos frigoríficos por novas quedas no preço da arroba no curto prazo”, acreditam os analistas da Agrifatto.
Balanço da última semana
A terceira semana de maio teve desempenho negativo nos preços do boi gordo, impulsionado sobretudo pelo consumo interno fraco de carne bovina, diz a Agrifatto.
Segundo o Indicador do Cepea, a arroba do boi gordo (mercado paulista) foi negociada, em média, a R$ 308,15 na última semana, com retração de 1,87% em relação ao preço médio da semana anterior.
Por sua vez, o o Indicador Agrifatto apontou um preço médio de R$ 311,25/@, baixa semanal de 1,94%. No levantamento do DATAGRO, a arroba ficou em R$ 309,18, em média, com declínio semanal de 2,12%.
No mercado de reposição, diz a Agrifatto, o bezerro (indicador Cepea/praça MS) seguiu no mesmo ritmo do boi gordo, apresentando desvalorização semanal de 0,49%, valendo, em média, R$ 2.930,03/cabeça.
Entre os insumos, relata a consultoria, o milho teve forte desvalorização de 4,43% ao longo da última semana, com a saca cotada a R$ 73,41.
Em sentido similar, o farelo de soja apresentou recuo semanal de 1%, negociado a R$ 1.812,39/tonelada, de acordo com a Agrifatto. Por fim, a moeda norte-americana encerrou a última semana retraindo em 0,67%, cotada em média a R$ 5,65.
Mercado futuro
A expectativa dos agentes na B3 foi mais pessimista durante a semana passada, e os principais vencimentos futuros do boi gordo apresentaram retração, informa a Agrifatto.
Com 3.760 contratos negociados na última sexta-feira, o papel com vencimento em maio/25 teve queda de 2,13% no comparativo entre as sextas-feiras, encerrando a R$ 298,10/@.
O contrato seguinte, o junho/25, diz a Agrifatto, apresentou recuou 2,12%, encerrando a R$ 300,15/@, com um volume significativo de 3.180 contratos negociados na última sexta-feira, “resultado de um fluxo vendedor em busca de proteção e/ou oportunidade de ganho de capital com a queda nos preços”.
A pressão vendedora também se refletiu nos contratos mais longos: julho/25 teve desvalorização 1,90% no comparativo entre as sextas-feiras, enquanto o papel para entrea em agosto/25 caiu 2,12%, encerrando a última sexta-feira cotados a R$ 310,60/@ e R$ 314,00/@, respectivamente.
Mercado físico versus futuro
Com os fechamentos da última sexta-feira, verificou-se um deságio nos preços do mercado físico em relação à B3 nos vencimentos de maio/25 e junho/25, indicando um tom mais pessimista para o curto prazo, relata a Agrifatto.
O contrato de maio/25 registrou uma perda de R$ 8,66/@ em relação à média do indicador DATAGRO, enquanto o papel com vencimento em junho/25 apontou queda de R$ 6,61/@ sobre o mesmo indicador.
Porém, informa a Agrifatto, mesmo com as recentes quedas, os contratos de julho/25 e agosto/25 ainda apresentam ágio nos atuais preços da B3, de R$ 3,84/@ e R$ 7,24/@, respectivamente, em comparação aos preços do mercado físico.
Os contratos em aberto na B3, na última sexta-feira, totalizaram 34.692, representando um acréscimo de 4% no comparativo entre as sextas-feiras.
A única variação negativa, relata a Agrifatto, foi registrada no vencimento de maio, com queda de 18%, ou 2.504 contratos a menos em relação à sexta-feira anterior, indicando sinais de “desinflação” à medida que o vencimento se aproxima, além de uma possível migração para o mês seguinte, o junho, que apresentou um aumento de 28% nos contratos em aberto no mesmo comparativo.